Realizar o diagnóstico precoce do autismo, ou TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) pode contribuir para melhorar as habilidades sociais e de comunicação da criança. Quanto mais cedo for descoberto, mais rápidas as intervenções podem ser realizadas pelos especialistas, ajudando assim, no desenvolvimento da criança.
Normalmente o autismo costuma ser identificado até pelos próprios pais que percebem alguns sinais, e isso pode ocorrer a partir dos 8 meses. É importante ressaltar que o autismo possui 3 níveis, portanto os sinais podem ser bastante diferentes para cada criança.
Os especialistas costumam identificar o autismo quando a criança tem entre 1 ano e meio e 3 anos, mas o diagnóstico pode ser realizado antes mesmo dos 18 meses de idade.
Realizar o diagnóstico precoce – o quanto antes – pode contribuir de forma considerável para o desenvolvimento geral da criança, contribuindo para que ela consiga aprender novas habilidades, o que pode permitir para que ela tenha um grau de independência maior ao longo de sua vida.
Entenda por qual razão realizar o diagnóstico e intervenção precoce são extremamente importantes para a qualidade de vida de quem tem autismo
O diagnóstico precoce é considerado fundamental para quem tem TEA. Justamente porque o nosso cérebro possui a capacidade de se reestruturar de acordo com os estímulos que recebe do ambiente externo. Essa habilidade cerebral tem o nome de “neuroplasticidade”.
O treinamento possibilita um progresso intensivo neural, isso significa que o desempenho dos neurônios responsáveis por atuar e desenvolver atividades como linguagem, motoras e sociais são estimulados e, portanto, “moldados” de acordo com esses estímulos.
Vale lembrar aqui, que a neuroplasticidade é muito mais intensa na infância, e acontece com mais dinamismo no período que a pessoa está passando tanto pelo desenvolvimento pessoal, quanto no momento que está adquirindo hábitos e conhecimentos sociais, e por conta disso a importância de realizar a intervenção nos primeiros anos de vida.
A neuroplasticidade cerebral, nada mais é, do que a capacidade do cérebro modificar algumas das suas propriedades morfológicas e funcionais em resposta às alterações do ambiente.
Portanto, quanto mais cedo são introduzidas novas práticas e rotinas terapêuticas capazes de estimular o funcionamento do cérebro, mais os neurônios podem ser treinados a superar as limitações decorrentes do Transtorno.
Como identificar os sinais de autismo
Primeiramente, vamos alertar que não há qualquer exame que mostre que uma criança tem autismo. O diagnóstico é clínico. Por isso, é muito importante ficar atento aos sinais.
Alguns sinais que merecem atenção:
Um dos sinais que podem acionar um “alerta” para a família, é no momento da amamentação, neste momento é extremamente comum a troca de olhares entre mãe e filho, é a partir do ato da troca de olhares que inicia o elo entre a mamãe e seu filho. O que vemos em crianças autistas é a não-interação visual, inclusive durante a amamentação.
Outro sinal, é nos primeiros 6 meses, se acriança tem poucas expressões faciais, ou então, pouco contato visual de forma geral e pouco engajamento sociocomunicativo.
Se até os 8-9 meses não há troca comunicativa, ou seja, não balbucia nenhuma palavra, não imita nenhum gesto. A imitação envolve a capacidade de uma criança de copiar as ações de adultos e colegas. Com isso, elas aprendem a realizar ações com objetos, a fazer gestos e movimentos corporais como bater palmas ou acenar, como também, a se comunicar.
Crianças que estão no espectro costumam ter grande dificuldade em imitar. Isso pode comprometer o seu desenvolvimento.
Aos 12 meses (1 ano de idade) surgem mais sinais para conseguir se atentar com mais clareza, como por exemplo, não fala mamãe e/ou papai, não realiza nenhum gesto, e mantém a ausência de balbucios.
Assim que esses qualquer um dos sinais for identificado é importante realizar a intervenção necessária, sempre levando em consideração as necessidades individuais de cada criança.
Fique de olho!
É importante ficar atento aos sinais, afinal, quanto mais rápido agir, maior a possibilidade de melhorar habilidades da criança autista. Possibilitar que ela consiga desenvolver suas habilidades, cognitivas, sociais, entre outras.
Quando algum sinal aparecer, inicie a intervenção mesmo durante a investigação clínica, é muito melhor fazer a intervenção sem precisar – pois só trazem benefícios – do que negligenciar a necessidade da criança e prejudicar o seu desenvolvimento.
Referências: