Em alguns casos, o atraso no desenvolvimento em bebês pode indicar o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Lembrando que os primeiros sinais de autismo podem ser detectados em bebês antes dos 18 meses de idade.
A identificação precoce do TEA é crucial para que a criança ganhe mais qualidade de vida e possa iniciar a intervenção precoce, podendo adquirir mais independência e autonomia nas tarefas diárias como brincar, estudar e cuidar de si própria.
É importante estar atento aos sinais desde cedo e perceber também como está ocorrendo o desenvolvimento da criança e os comportamentos dos bebês. Estudos mostram que a intervenção precoce é muito promissora em crianças autistas. Com a estimulação correta, há aumento da socialização da criança, ganho de habilidades e melhora na comunicação.
Alguns sintomas do autismo podem ser bastante sutis em bebês. Aos 6 meses de idade, por exemplo, elas podem não ter um sorriso social recíproco, ou seja, não retornam o sorriso dos pais. Além disso, podem ter dificuldade em fazer contato visual, ou seja, não fixam o olhar por muito tempo e não acompanham os movimentos.
A criança com autismo normalmente não responde quando é chamado pelo nome. É importante destacar que com cerca de 12 meses, o bebê neurotípico (não autista) quando é chamado consegue reagir. Sendo assim, reconhece seu nome e que as pessoas estão falando com ele, ou seja, responde a esse estímulo. Isso normalmente não acontece com crianças com autismo. Geralmente, elas não esboçam reações e é como se não tivessem ouvindo seus pais chamando ou interagindo com elas. Podem também fixar o olhar em algum objeto incomum.
Já em relação às alterações sensoriais, a criança pode ser muita agitada ou passiva demais e também pode não gostar de toques e abraços. Outro fator importante a ser observado é que a criança autista costuma ficar no colo de qualquer pessoa, sem chorar ou estranhar. O que não é comum em crianças neurotípicas.
Conforme a criança cresce, percebe-se que não há interesse em ter contato ou brincar com outras crianças da mesma faixa etária. As crianças com autismo não gostam de brincar em grupo e geralmente se isolam.
O bebê com autismo geralmente é mais sério, pois sorri bem pouco. Além disso, quase não apresenta expressões faciais adequadas para a situação. Evitam compartilhar objetos ou não apontam o que eles acham interessante. Geralmente, o autismo compromete a interação dos pais com filhos, pois eles não conseguem dar tchau, mostrar a língua ou piscar. Além disso, os bebês autistas não costumam balbuciar, que são aqueles sons sem muito sentido. Os bebês autistas costumam ficar mais calados.
Outra questão que deve ser observada é o fato de a criança se mostrar pouco curiosa com as pessoas, não reagir aos estímulos e os objetos que são apresentados a ela. É comum que, muitas vezes, ela fique parada por um bom tempo, olhando para um determinado ponto específico e não demonstre interesse algum em nada presente naquele ambiente.
Outros sinais bastante comuns entre as crianças com autismo são os movimentos repetitivos. Eles podem bater as mãos repetitivamente ou ficar se balançando sem parar.
Como é realizado o diagnóstico?
Ao notar esses sinais, é fundamental que os pais levem a criança até um pediatra e conversem sobre esses comportamentos. Não há um exame específico para detectar o autismo em bebês, mas a criança passará a ser acompanhada por especialistas de várias áreas que analisarão seu desenvolvimento e poderão diagnosticar o autismo.
Crianças menores de três anos com suspeita ou confirmação de autismo precisam realizar intervenções precoces com abordagens comportamentais como o modelo Denver de Intervenção Precoce e a Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
Lembrando que a detecção do TEA na fase inicial também proporciona benefícios para os familiares. Isso porque eles passam a entender o que está acontecendo e como ajudar os bebês com autismo. Para que as intervenções tenham sucesso e sejam efetivas, é importante que a criança tenha apoio de familiares, cuidadores e especialistas.
O quanto antes ocorrer a intervenção precoce, maiores serão as chances do bebê com o TEA desenvolver as habilidades. Com o tratamento adequado, a criança conseguirá se desenvolver e superar as suas limitações. Não deixe de procurar ajuda profissional se achar que o seu bebê não está se desenvolvendo adequadamente e também para ter um diagnóstico correto e iniciar as intervenções adequadas.
Referências:
https://autismawarenesscentre.com/does-my-baby-have-autism-infant-behaviours-that-may-predict-asd/
https://autismsciencefoundation.org/what-is-autism/early-signs-of-autism/