Os minicérebros são gerados a partir de células-tronco de indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e são compostos de inúmeros neurônios, astrócitos e outras células que compõem o cérebro humano.
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento muito complexo e ainda sem causa definida.
Diferente por exemplo da Síndrome de Down, que se sabe que é causada por uma trissomia do cromossomo 21.
Em relação ao TEA já foram relatados centenas de alterações genéticas, fatores epigenéticos e ambientais, mas ainda temos dúvidas em relação à sua origem.
Exatamente pelo fato da diversidade entre os indivíduos com TEA, a ciência vem buscando ferramentas cada vez mais personalizados para estudar os mecanismos envolvidos neste transtorno.
Da mesmas forma para o desenvolvimento de fármacos e tratamentos cada vez mais personalizados, buscando assim uma medicina cada vez mais personalizada.
Uma ferramenta utilizada por neurocientistas renomados no mundo inteiro para estudar doenças do Sistema Nervoso, também está sendo utilizada aqui no Brasil pelo grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) que a Dra Fabiele Russo faz parte. Essa tecnologia é a produção de minicérebros.
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O que são os minicérebros?
Os minicérebros produzidos em laboratório formam camadas similares as que existem no córtex cerebral. O córtex é a estrutura responsável pelo processamento das informações no sistema nervoso. Os minicérebros não tem a estrutura completa do cérebro, mas ele simula a organização do cérebro humano, tornando-se assim, um bom modelo científico.
Sobre a tecnologia
Essa tecnologia vem sendo utilizada como plataforma para teste de drogas.
A partir das células-tronco é possível produzir um grande número de minicérebros e com isso testar inúmeras drogas ao mesmo tempo, permitindo assim uma comparação simultânea entre as drogas testadas.
Além disso, essa ferramenta nos permite reduzir o uso de animais de laboratório, o que é um ponto muito importante.
Na imagem acima é possível observar os minicérebros de indivíduos com TEA produzidos no laboratório pela Dra. Fabiele Russo, neurocientista que estuda o autismo desde 2011.
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