As intervenções têm como objetivo trabalhar os comportamentos, a socialização, a comunicação, a aprendizagem, os aspectos motores, sensoriais, entre outros, e com isso oferecer mais qualidade de vida às pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) (O que é o autismo – TEA?)
Elas ajudam a criança ou jovem com autismo a adquirir habilidades e a poder se relacionar com outras pessoas na sociedade, ter mais independência e autonomia.
Cada pessoa com autismo tem necessidades diferentes, portanto, é importante encontrar as melhores opções de tratamento/intervenção de forma individual, claro que sempre buscando por profissionais capacitados e intervenções baseadas em evidências científicas.
As intervenções lúdicas, no entanto, ajudam a criança com autismo a se desenvolver de uma forma mais divertida, engajada, com atividades recreativas e brincadeiras.
Intervenções lúdicas
Os pais e terapeutas devem usar atividades lúdicas para reforçar os comportamentos positivos. Por meio de brincadeiras, as crianças são encorajadas a melhorar suas habilidades linguísticas, sociais e cognitivas.
Afinal, isso vai fazer a criança perceber que se relacionar é importante, e com isso melhoram as habilidades sociais.
Entre eles, podemos citar o modelo DIR®/Floortime™. A sigla vem do inglês Developmental, Individual Difference, Relationship-Based Model e significa “Desenvolvimento funcional emocional, diferenças individuais e de relacionamento”.
Visa o desenvolvimento das crianças com alguma alteração no desenvolvimento da sociabilidade, como é o caso do autismo, respeitando as diferenças individuais e as suas relações interpessoais.
Assim, o objetivo é ajudar essas crianças a utilizar suas capacidades levando em conta a etapa do desenvolvimento em que se encontram. Os pais ou terapeutas se sentam no chão com a criança para brincar e interagir em seu nível. Dessa forma, os adultos ajudam as crianças a expandir seus “círculos de comunicação”.
É uma forma de sistematizar a brincadeira com a criança e proporcionar sua progressão sobre as etapas do desenvolvimento.
São realizadas estratégias desenvolvidas pelos terapeutas com o foco no desenvolvimento emocional e estímulo das capacidades sociais, emocionais e intelectuais.
Saiba mais: Como estimular a aprendizagem por meio de brincadeiras
Grupos integrados
Além disso, existem os grupos integrados (ou modelo Integrated Play Groups, em inglês). Trata-se de uma prática baseada em evidência criada no final da década de 1980 para contribuir com o desenvolvimento das crianças com autismo por meio de brincadeiras e atividades lúdicas.
Portanto, o intuito é ensinar crianças com autismo as habilidades que precisam para interagir com seus colegas e se envolver em brincadeiras simbólicas. Pode envolver teatro, dança, ioga, artes visuais, artes multimídias.
Os adultos ajudam crianças com autismo e seus colegas com desenvolvimento típico a se envolverem em atividades lúdicas de interesse mútuo.
Cada grupo é guiado por um especialista a brincar com um tema específico. Depois, elas podem ter um tempo livre para brincar e interagir da forma que quiserem.
As atividades trazem maior consciência e empatia, juntamente com uma maior capacidade de interagir com crianças que se comunicam de maneira diferente de si mesmas.
A importância do brincar para o autista
Primeiramente, vale destacar que a criança tem o direito de brincar e usar as atividades lúdicas como um instrumento que potencializa o processo de aprendizagem.
Ao brincar, a aprendizagem acontece de forma mais rápida, uma vez que a criança se sente motivada a realizar a atividade. Além de desenvolver o físico, o emocional (afetivo), o mental e o social.
A criança autista deve ser estimulada a aprender de uma forma natural e efetiva – e as intervenções lúdicas contribuem para isso, além de ajudá-las a interagir socialmente, a melhorar a linguagem e diminuir os comportamentos restritivos e repetitivos.
Participação dos pais
Para que essas intervenções tenham um resultado positivo é preciso ter o envolvimento da criança, de seus familiares, cuidadores e especialistas que a acompanham. Todo mundo deve estar envolvido e participar deste processo.
A intervenção precoce, principalmente quando realizada de forma lúdica, possibilita que a criança tenha mais perspectivas de conseguir superar as limitações características do espectro e se desenvolver melhor.
Lembrando que é importante sempre buscar ajuda especializada, fazer um acompanhamento médico e contar com profissionais especialistas na área. Essa é a melhor forma de ajudar no desenvolvimento e independência da criança ou jovem com autismo.
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