Recursos visuais: qual a importância no dia a dia de pessoas com autismo?

Os recursos visuais (símbolos, fotografias, programação visual) são usados como ferramentas que expandem a capacidade da pessoa com autismo de interagir com o ambiente ao seu redor.

Esses recursos visuais podem dar às crianças, jovens e adultos um senso de autonomia, contribuindo assim para sua independência.

Portanto, os recursos visuais também ajudam os autistas a compreender a rotina e contribuir com suas atividades. Melhora a comunicação entre as pessoas com autismo e seus responsáveis.

Afinal, esses recursos tornam mais fácil para as pessoas com autismo entenderem o que está sendo dito ou ensinado, sem ter que dar sentido às palavras faladas rapidamente.

Além disso, autistas geralmente são bastante literais em seus pensamentos. Em alguns casos, isso pode tornar os conceitos abstratos muito difíceis de entender. Assim, os recursos visuais podem tornar todos esses conceitos compreensíveis.

Benefícios

Algumas crianças podem responder bem a cartões com figuras enquanto outras podem achar vídeos ou fotografias digitais mais úteis.

Além disso, os recursos visuais podem mudar de acordo com as necessidades de seu filho.

Esses recursos podem ajudar a:

  • Fornecer estrutura e rotina;
  • Encorajar a independência;
  • Aumentar a confiança;
  • Melhorar a compreensão;
  • Evite frustração e ansiedade;
  • Aumentar a interação com outras pessoas;
  • Melhora a comunicação.

Os suportes visuais podem ser imagens, objetos, linguagem de sinais ou texto. Eles podem vir em uma variedade de formas. Veja exemplos abaixo.

Quadro de rotina

Um cronograma com as atividades é um excelente sistema de suporte visual. O quadro de rotina ajuda o autista a visualizar suas ações e ter previsibilidade. Pode ser feito em casa com materiais do dia a dia.

Rotular objetos

Colocar etiquetas em objetos indicando o que são e as funções pode ajudar a criança com autismo a entender o significado dos itens.

Além disso, uma ampla variedade de itens pode ser usada como suporte visual. Por exemplo:

  • Símbolos;
  • Fotografias;
  • Vídeos curtos;
  • Miniaturas de objetos reais;
  • Fotos;
  • Desenhos;
  • Palavras;
  • Podem ser objetos reais, imagens impressas ou visualizadas por meio de celulares ou computadores.

Como escolher o melhor recurso visual?

Não há um único tipo de recurso visual que seja eficaz, já que as crianças e jovens com autismo são diferentes e apresentam necessidades distintas.

Os suportes visuais são muito pessoais e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Use o interesse especial da pessoa, por exemplo, faça um cronograma visual na forma de um animal.

Por isso, use símbolos básicos  para permitir que uma pessoa expresse uma opinião. Por exemplo, coloque um símbolo de polegar para baixo ao lado de uma das atividades de hoje para mostrar que ela não gostou.

Então, use por exemplo, toalhas de mesa de cores diferentes: branco para a hora do jantar, azul para a hora de brincar.

Também podem ser usados marcadores de tempo para ajudar no início e no fim de atividades.

Enfim, se ficar na dúvida, não deixe de procurar orientação de um profissional.

Leia também:

Conheça alguns pré-requisitos para o desenvolvimento da fala

Recursos pedagógicos para trabalhar em sala de aula

Referências:

https://www.autism.org.uk/advice-and-guidance/topics/communication/communication-tools/visual-supports

https://autismawarenesscentre.com/visual-supports-best-way-use/

https://www.autismparentingmagazine.com/benefits-of-autism-visual-supports/

WhatsApp
Facebook
Pinterest
Telegram
Twitter
Patrocinado

Você irá ler neste artigo

Quem leu gostou do artigo!!!
Quem leu gostou do artigo!!!
Picture of Dra. Fabiele Russo

Dra. Fabiele Russo

Neurocientista, especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Pesquisadora na área do TEA há mais de 10 anos. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou 4 Pós-doutorados pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.