Autismo na adolescência: como lidar?

Quem tem um adolescente em casa sabe que ter amigos e interagir socialmente é muito importante e necessário para os jovens. Para os adolescentes que estão no espectro do autismo também, mas eles podem ter mais dificuldades para se relacionar com seus colegas e familiares.

O desenvolvimento do autista depende muito dos estímulos e do ambiente ao que ele está inserido.

Sabemos que esse tema gera muitos receios dos pais que sentem medo de como seu filho (a) vai conseguir se desenvolver e lidar com os desafios da adolescência.

Então, é muito importante apoiar, mostrar para seu filho (a) que ele é muito amado e ajudá-lo a se preparar para essa nova fase.

Por que é importante preparar a criança autista para essa nova fase?

É importante realizar as intervenções necessárias de forma individual de acordo com a necessidade da criança desde a primeira infância. Para que ela desenvolva habilidades de comunicação e habilidades sociais e para que tenha mais independência na adolescência e vida adulta.

A adolescência que é a fase que ela vai passar por várias descobertas como por exemplo em relação ao seu corpo e sexualidade, entre outros desafios que surgem nessa etapa da vida e que precisam de atenção.

Com as intervenções e orientação dos pais e cuidadores o adolescente passará por esse processo com mais segurança.

A adolescência é uma fase em que as demandas sociais aumentam. Essa fase já é difícil para grande parte das pessoas e para os adolescentes autistas pode ser ainda mais desafiador.

Além das dificuldades sociais, eles ainda sofrem um pouco para compreender as mudanças no corpo. Por isso, é importante auxiliá-lo, explicar cada etapa e acompanhá-lo em todo o processo.

Além desses desafios outros comportamentos podem aparecer com frequência em autistas na adolescência:

  • Dificuldade em ser compreendido
  • Complexidade para entender situações sociais de forma direta e simples
  • Normalmente apresentam dificuldade em fazer amizades e ter relações amorosas
  • Comportamentos mais infantilizados
  • Tem uma tendência maior a desenvolver ansiedade e depressão

Como ajudar o autista na adolescência?

Importante estimular que ele desenvolva as suas próprias habilidades, que ele descubra as coisas e principalmente as atividades que ele gosta. Incentive que ele participe de grupos que ajudem a interpretar os sinais de comunicação verbais e não verbais.

Caso ele apresente sinais de outros transtornos como por exemplo ansiedade ou depressão, busque o acompanhamento de um especialista para realizar as intervenções necessárias. Fique sempre atento às mudanças de comportamentos dos adolescentes nessa fase.

Transição para a vida adulta

É extremamente importante que essa fase seja observada, tenha os estímulos certos para que essa transição seja a melhor possível.

Até para que na vida adulta esse adolescente consiga ser independente, ter autonomia, sucesso e mais qualidade de vida.

Mas para isso, é importante que tenha o acompanhamento certo nessa jornada.

Leia também: Asperger na vida adulta: como diagnosticar?

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista, especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Pesquisadora na área do TEA há mais de 10 anos. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou 4 Pós-doutorados pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.