Qual é o papel do psicomotricista na intervenção do autismo?

O psicomotricista realiza ações que englobam as áreas saúde, educação e cultura, avaliando, prevenindo, cuidando e pesquisando o indivíduo na relação com o ambiente e processos de desenvolvimento.

Para ter mais qualidade de vida, melhorar as habilidades sociais e motoras, os autistas realizam diversas intervenções terapêuticas desde cedo. E também passam por diversos especialistas, das mais variadas áreas. Assim, é o caso dos psicomotricistas.

O objetivo da psicomotricidade é atuar na imagem corporal, juntamente com o movimento, a afetividade e a cognição.

Esse profissional estuda o ser humano por meio de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.

Um dos objetivos da psicomotricidade é realizar atividades que ajudam as crianças a desenvolver suas habilidades de forma individual.

Isso porque existe uma relação direta entre o desenvolvimento motor, afetivo e intelectual da criança. Por meio dos movimentos corporais, ela mostra os seus desejos, a sua afetividade, a forma como interage com o meio em que vive e a possibilidade de comunicação.

De acordo com a Associação Brasileira de Psicomotricidade (ABP), a psicomotricidade “é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização”.

O psicomotricista realiza atividades que trabalham o movimento, a inteligência e o afeto.

Portanto, o intuito é que a pessoa tenha uma percepção de si mesma, por meio das sensações e relações entre o corpo e o exterior. Além do jogo simbólico e a subjetividade psíquica.

Aliás, diversos especialistas como fisioterapeutas, profissionais de educação física, psicopedagogos, entre outros, podem se especializar em psicomotricidade.

Como contribui com os autistas

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é considerado uma disfunção global do desenvolvimento. Por isso, as capacidades de comunicação, de socialização e de comportamentos da pessoa são afetadas.

O psicomotricista realiza intervenções que estimulam o movimento corporal e nota as mensagens não verbais da criança. Dessa forma, auxilia na interação do autista com a sociedade ao melhorar suas habilidades cognitivas, afetivas e emocionais.

Portanto, alguns benefícios da psicomotricidade para autistas são:

  • ajuda a criança autista a descobrir o seu corpo, seu espaço e o mundo à sua volta;
  • melhora da percepção de estímulos por meio dos seus sentidos, sensações e sentimentos;
  • melhora as relações afetivas e emocionais;
  • desenvolver a parte sensorial, a motora, a linguagem e a capacidade de perceber ambientes sociais;
  • permite que o autista desenvolva habilidades ao apropriar-se de sua imagem e esquema corporal e  da consciência de seu corpo dentro de um ambiente ou de um contexto.

É importante reforçar que a criança autista precisa ter apoio da família, dos profissionais da escola e serem incentivados a realizar os exercícios de psicomotricidade indicadas pelo profissional para que o autista consiga desenvolver suas habilidades.

Por isso, é fundamental buscar ajuda profissional de um psicomotricista capacitado. Dessa forma, o profissional vai conseguir elaborar uma estratégia eficaz com as atividades adequadas de acordo com a necessidade da criança autista.

Quais brincadeiras podem ser realizadas em casa?

O desenvolvimento da psicomotricidade pode ser realizado em casa com brincadeiras simples indicadas pelo psicomotricista. Assim, estimula-se o senso de espaço, movimento e percepção da criança.

Entre as atividades que podem ser sugeridas estão:

  • jogo da amarelinha, que estimula o equilíbrio e coordenação motora;
  • bolinha de gude;
  • empilhar copos de plásticos;
  • desenhar;
  • jogo da cabeça, ombro, joelhos e pés para ajudar na identificação corporal e atenção;
  • pular corda.

A intervenção terapêutica com um psicomotricista pode ocorrer de uma a duas vezes por semana e durar cerca de uma hora por vez, dependendo de casa caso.

Busque referências dos profissionais para garantir a qualidade e a segurança do atendimento. Aliás, você já conhecia o trabalho do psicomotricista?

Leia também: https://neuroconecta.com.br/intervencoes-ludicas-para-o-desenvolvimento-dos-autistas/

Saiba mais sobre autismo: https://neuroconecta.com.br/conheca-14-sinais-que-sao-comuns-em-criancas-com-autismo/

Referências:

https://www.psychomotor.gr/contents/volume-9-2017/139-motor-proficiency-of-children-with-autism-spectrum-disorders-and-intellectual-disabilities-a-review.html

https://psycnet.apa.org/record/2016-59175-004

https://psicomotricidade.com.br/sobre/quem-e-o-psicomotricista/

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista e pesquisadora na área do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestra e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou Pós-doutorado pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.
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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista e pesquisadora na área do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestra e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou Pós-doutorado pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.