Prevalência do autismo aumenta para 1 criança a cada 59 nos EUA

A prevalência do autismo aumentou para 1 criança a cada 59 nos EUA, de acordo com os dados do CDC.

Pesquisadores da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins (Maryland, EUA) publicaram um novo relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.

Eles observaram que a prevalência de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) aumentou, sendo de 1 para cada 59 crianças.

Portanto, isso marca um aumento de 15% em relação ao último levantamento, emitido há dois anos.

Esse número é considerado o maior indicador já rastreado desde que o CDC começou a avaliar os dados referentes ao distúrbio, no ano 2000.

Ademais, esse foi o sexto relatório emitido desde então.

Embora os indicadores apontem para um aumento no número de casos, os pesquisadores não sabem quanto desse crescimento pode ser atribuído de fato a existência de novos casos diagnosticados.

O que contribui para o aumento da prevalência?

O que os cientistas acreditam é que existem outros fatores que podem estar contribuindo para o aumento da prevalência do autismo.

Esses fatores são: maior conscientização quanto a existência do espectro, melhora na triagem, nos serviços de diagnóstico, no tratamento e serviços de intervenção, melhor documentação dos comportamentos de TEA e mudanças nos critérios para identificar o distúrbio precocemente.

Todavia, para este novo relatório, o CDC coletou dados em 11 locais de monitoramento regionais que fazem parte da chamada Rede de Monitoramento de Incapacidades do Autismo e Desenvolvimento (ADDM).

Estes locais estão nos seguintes estados: Arizona, Arkansas, Colorado, Geórgia, Maryland, Minnesota, Missouri, Nova Jersey, Carolina do Norte, Tennessee e Wisconsin.

Além dos dados que revelaram o aumento de casos, foi observado ainda que há uma prevalência do autismo 20% a 30% maior entre crianças brancas em comparação com crianças negras.

A prevalência do Autismo é maior em meninos

Além disso, algumas tendências permanecem semelhantes ao relatório que antecede a esse, como a maior probabilidade de os meninos serem diagnosticados com TEA. (Leia: “Autismo em meninas: por que é mais difícil diagnosticar“)..

Os meninos tinham quatro vezes mais chances de serem identificados com TEA do que meninas. No relatório atual, a taxa é 1 em 38 entre os meninos (ou 2,7 por cento) e 1 em 152 entre as meninas (ou 0,7 por cento).

As causas do autismo não são completamente compreendidas; estudos mostram que tanto o ambiente quanto a genética podem desempenhar um papel. 

O CDC recomenda que os pais acompanhem o desenvolvimento infantil e ajam rapidamente para que seus filhos sejam examinados se tiverem alguma preocupação.

No Brasil ainda não há novos estudos que demonstrem se houve crescimento no número de casos de TEA.

Conforme publicado em NeuroConecta, no artigo “O que é autismo”, “Estima-se que o autismo atinge 1-2% da população mundial conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Destes, 2-4 milhões estão no Brasil segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).”

Referências

Baio J, Wiggins L, Christensen DL, et al. Prevalence of Autism Spectrum Disorder Among Children Aged 8 Years — Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 11 Sites, United States, 2014. MMWR Surveill Summ 2018;67(No. SS-6):1–23. DOI: http://dx.doi.org/10.15585/mmwr.ss6706a1.Disponível em https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/67/ss/ss6706a1.htm  Acessado em 27 de abril de 2018.

EurekAlert. Researchers say racial and ethnic disparities are narrowing. Johns Hopkins PR.  Disponível em https://eurekalert.org/pub_releases/2018-04/jhub-uar042618.php Acessado em 27/04/2018.

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista, especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Pesquisadora na área do TEA há mais de 10 anos. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou 4 Pós-doutorados pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.