Neuroplasticidade e o cérebro no TEA

A chamada “neuroplasticidade” pode ser definida como a capacidade que o cérebro possui de se reorganizar, e então, de modificar sua estrutura em resposta aos estímulos que recebe do meio ambiente externo.

Portanto esse “treinamento” possibilita a evolução do potencial neuronal, ou seja, o desempenho dos neurônios responsáveis por atuar em atividades como linguagem, motoras e sociais.

O que significa neuroplasticidade?

Neuroplasticidade significa que o cérebro humano pode ser considerado altamente plástico!

Aliás, para quem está no Transtorno do Espectro Autista (TEA) a neuroplasticidade significa a possibilidade desenvolver e aperfeiçoar as habilidades do autista por meio das experiências as quais o autista vai sendo submetido, em amplos sentidos, sobretudo sensoriais: audição, paladar, tato, olfato e visão.

Importância da intervenção precoce na neuroplasticidade

Contudo, para “ativar” o potencial que a neuroplasticidade pode ter sobre a condição de quem está no TEA, é importante principalmente empreender ações de aprendizagem que estimulem os neurônios de maneira a contribuir com a melhora nos processos de reabilitação.

Por isso o diagnóstico e intervenção precoce é considerada fundamental, pois pode melhorar significativamente a capacidade da criança de desenvolver habilidades sociais, de comunicação e de autocuidado. I

Certamente iniciar o tratamento o mais cedo possível pode maximizar o potencial de aprendizado da criança e reduzir os desafios comportamentais ao longo da vida.

Portanto, quanto mais cedo são introduzidas novas práticas e rotinas terapêuticas capazes de estimular o funcionamento do cérebro, mais os neurônios podem ser treinados a superar as limitações decorrentes do transtorno.

Leia também: Plasticidade cerebral e poda neural: compreenda a conexão com o TEA

Assim, na medida em que a neurociência evolui – campo de estudo dedicado à compreender o mecanismo do cérebro humano – mais surgem avanços que possibilitam a compreensão da neuroplasticidade no TEA.

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Referências:

Raun K. Kaufman. Neuroplasticity. (Can your child’s brain change?). Disponível em http://blog.autismtreatmentcenter.org/2017/01/neuroplasticity-can-your-childs-brain-change.html Acessado em 31 de março de 2018.

Jeffrey A. Kleim and Theresa A. Jones. Principles of Experience-Dependent Neural Plasticity: Implications for Rehabilitation After Brain Damage. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, February 2008, Vol. 51, S225-S239. doi:10.1044/1092-4388(2008/018). History: Received February 27, 2006; Accepted February 7, 2007. Disponível em <https://jslhr.pubs.asha.org/article.aspx?articleid=1773394> Acessado em 28 de março de 2018.

Neuroplasticity and young children with autism. A tutorial.Anatomy & Physiology: Current Research. Disponível em https://www.omicsonline.org/open-access/neuroplasticity-and-young-children-with-autism-a-tutorial-2161-0940-1000209.php?aid=69619#3Acessado em 28 de março de 2018.

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista, especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Pesquisadora na área do TEA há mais de 10 anos. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou 4 Pós-doutorados pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.