Inclusão escolar e material adaptado

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Neste artigo vamos falar sobre a inclusão escolar e a importância dos materiais adaptados nesse processo.

Um dos desafios dos pais e familiares de pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é contribuir com o processo de inclusão escolar que ainda está engatinhando aqui no Brasil.

Mas, vamos lá…você sabe o que significa inclusão escolar?

A inclusão é fazer com que o aluno se envolva nas atividades dentro da sala de aula e tenha uma experiência de qualidade.  Além de desenvolver suas habilidades, participar da rotina da escola, aprender e brincar com outras crianças.

O aluno necessita fazer parte da turma, interagir com os colegas e professores, compreender o conteúdo das aulas e se desenvolver de acordo com suas limitações e particularidades.

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Inclusão não apenas ter o aluno dentro da escola!

Inclusão não é deixar o aluno isolado no canto da sala e dizer que ele está dentro da sala de aula e por isso está incluído. Não!!! Inclusão é fazer com que o aluno participe das atividades com toda a turma.

Para isso ser possível é importante que ocorra uma grande parceria entre os pais, a escola e os profissionais envolvidos na educação dessa criança.

Um fator importante nesse processo é a utilização de materiais didáticos adaptados. Isso é necessário porque muitos autistas sentem dificuldade de aprender da forma tradicional, outros conseguem acompanhar a turma, mas muitos não.

Ter esse apoio pedagógico é muito importante no  processo de aprendizagem. É importante destacar que a adaptação de materiais didáticos deve ser feita de acordo com o repertório comportamental da criança e deve atender a necessidade individual.

A adaptação dos conteúdos didáticos mantém a integridade do conteúdo no currículo, mas pode apresentá-lo em um formato diferente ou alterar o ambiente no qual o aluno aprende com base nas suas necessidades e limitações individuais.

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Mas você deve estar se perguntando como deve ser esse material didático adaptado? Não há uma fórmula exata, uma vez que cada criança com o TEA é única, mas o ideal é que as tarefas complexas sejam fragmentadas em etapas e que as atividades sejam mais lúdicas.

O material didático precisa ser atraente e adequado para cada criança. Ele precisa ser objetivo, os enunciados devem ser menores e é necessário evitar longos textos que exijam uma interpretação complexa.

Também é indicado que ele contenha menos exercícios por página, pois uma página lotada de informações pode distrair a criança com autismo e tirar o foco do objetivo da atividade.

Se for possível, o conteúdo deve ter temas de interesse da criança nas atividades. Essa é uma forma para que ela seja estimulada e tenha vontade de fazer determinada atividade. Também é preciso evitar questões com duplo sentido. As metáforas e figuras de linguagem devem ser excluídas, pois elas são um desafio para crianças autistas.

Para que tudo isso seja eficaz, os pais precisam encontrar uma instituição de ensino que ofereça recursos de apoio, profissionais capacitados e que respeite o ritmo da aprendizagem da criança.

Também poderá ser necessário modificar as instruções das atividades, alterar o formato das aulas, explorar novos ambientes e usar estratégias de ensino diferenciadas. E para saber se todas essas estratégias estão funcionando é fundamental observar com regularidade o avanço do aluno e se as dificuldades persistem.

Escolher uma boa escola que atenda todos esses requisitos pode ser bastante difícil, mas é fundamental para que essa inclusão ocorra. Opte pela escola que queira incluir seu filho e sua família, além de valorizar e respeitar a pessoa com o transtorno, suas habilidades e suas diferenças.

É extremamente importante manter uma relação baseada em cooperação e apoio mútuo. Mas, vale destacar que a escola não pode se recusar a matricular o aluno com TEA. Se isso ocorrer, ela está cometendo um crime.

O aluno autista tem o direito de aprender, desenvolver suas potencialidades e participar em igualdade de condições com outros alunos.

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.