Desfralde em crianças com autismo, conheça o processo

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O processo de desfralde e uso do banheiro pode ser bastante complicado. As crianças com autismo costumam levar mais tempo para deixar as fraldas.

Essa situação ocorre por diversas razões. Principalmente porque as crianças com autismo podem ter um atraso de desenvolvimento e levar mais tempo para aprender uma nova habilidade.

Outra questão importante é que os autistas sentem dificuldade para mudar a rotina. Logo ficam ansiosos em ter que deixar a fralda e usar o vaso sanitário.

Além disso, há a questão da comunicação. Os autistas podem não entender os adultos perguntando se elas querem ir ao banheiro. E também não conseguem sinalizar a vontade de realizar suas necessidades fisiológicas. Há aqueles que não conseguem ter controle do esfíncter, que o músculo que ajuda a segurar a urina ou as fezes. 

Entenda o que é autismo

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Quais estratégias podem ajudar no desfralde

Há algumas estratégias que podem facilitar esse processo. Claro, que para ter sucesso, é importante muita dedicação e paciência. Vamos detalhar algumas estratégias aqui:

O primeiro passo é observar as mudanças de comportamento do autista quando está com vontade de ir ao banheiro. Ele ou Ela faz alguma expressão diferente? Reage de alguma forma? Nesse momento, os pais ou cuidadores podem começar a agir e explicar a necessidade de usar o banheiro antes que ele faça em outro cômodo ou no chão, por exemplo.

É preciso perceber qual é a dificuldade da criança com autismo. Será que ele não entende que precisa usar o vaso sanitário? Ou será que o fato de ser gelado o incomoda? Ele pode perceber que o banheiro é um local diferente dos outros cômodos e não gostar dali.

Se você perceber que o problema é o banheiro é possível fazer algumas mudanças. O banheiro precisa ser um local agradável para ele. Os pais podem colocar uma música ambiente ou colar desenhos animados ou personagens na parede. E também deixar por lá alguns brinquedos.

Os autistas gostam de rotina e se sentem seguro com isso. Uma dica importante é estabelecer horários para a criança ir ao banheiro como se fosse um ritual. Deixá-la algum tempo nesse local pode ser útil nessa fase de desfralde.

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Usar uma linguagem simples e direta ajuda o autista a compreender melhor o que está acontecendo. Assim, ele sabe o que tem que fazer.

Outra questão importante: nunca seja agressivo, violento ou mude o tom de voz com a criança. Ela precisa aprender e ser incentivada. Ter medo pode comprometer o aprendizado.

As roupas também são muito importantes, principalmente para crianças pequenas. É interessante usar roupas fáceis de tirar, que não sejam tão elaboradas com nós ou botões.

Se possível, use um adaptador de vaso sanitário e algo para apoiar os pés quando estiver sentada. Tudo isso para dar mais conforto e facilitar.

É preciso entender que o processo de desfralde não vai ocorrer do dia para noite. Leva tempo e por isso as crianças autistas podem ter escapes de urina ou defecar em horários e locais inapropriados. Nesse momento, evite dar broncas para não reforçar um comportamento inadequado. Converse com ele e explique o que aconteceu e o que você espera dele na próxima vez.

Um dica legal É manter um diário de comportamento. Anote sempre o que aconteceu, se há algum padrão de comportamento, quais horários costumam acontecer. Assim, é possível perceber o que pode estar motivando-o a fazer suas necessidades fora do lugar correto e poder agir.

Uma dica para crianças que sentem dificuldade para se comunicar, os pais podem incentivar o filho a se expressar de outra forma toda vez que desejar usar o vaso sanitário. Aí vale usar algum suporte visual como imagens do banheiro para que ele aponte toda vez que sentir vontade.

E claro Sempre que ele ou ela conseguir usar o banheiro, é preciso comemorar essa conquista. Por isso, recompense com atividades que ele gosta de fazer, sempre com reforço positivo, porque ele vai entender que aquele comportamento é legal. Entao o reforço positivo é sempre muito importante.

Espero que tenham dessas dicas. Compartilhem com outras pessoas que estão passando por esta fase e pelo processo de desfralde dos seu filhos.

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.