Se uma criança está enfrentando dificuldades e pais ou educadores suspeitam que ela tenha o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), uma avaliação neuropsicológica pode ajudar a confirmar ou descartar essa hipótese.
A avaliação neuropsicológica visa investigar quais as funções cognitivas estão preservadas e as que estão comprometidas. O profissional realiza testes padronizados para ter uma avaliação completa das funções cognitivas.
Por isso, realiza-se um mapeamento de todas as funções cerebrais das pessoas, além dos aspectos emocionais e da personalidade.
Cabe ao neuropsicólogo identificar o desempenho de habilidades como atenção, percepção, linguagem, raciocínio, memória, aprendizagem e habilidades motoras. Depois dessa avaliação neuropsicológica é possível identificar quais tipos de intervenções são indicadas.
Qual é o objetivo da avaliação neuropsicológica?
Ela avalia de forma cuidadosa e abrangente a pessoa para identificar pontos fortes e fracos em várias áreas. Algumas crianças encaminhadas para uma avaliação já podem ter um diagnóstico ou ainda estão tentando descobrir qual é a condição associada.
Em ambos os casos, os resultados de uma avaliação neuropsicológica podem ajudar a esclarecer diagnósticos e a traçar recomendações específicas para atender às necessidades de uma criança autista em casa e/ou na escola.
A avaliação neuropsicológica também visa compreender a razão pela qual a criança autista não está absorvendo os conteúdos em sala de aula. Pode também descobrir quais são as dificuldades encontradas pela pessoa como falta de atenção, dificuldade em memorizar, diminuição da percepção visual e/ou auditiva e até mesmo se há um quociente intelectual deficitário.
Além disso, por meio da avaliação neuropsicológica é possível ajudar a pessoa com o TEA, seus pais e a escola na formação de um currículo adaptado, para que essa criança possa estudar de acordo com as suas dificuldades e limitações.
Como funciona
São realizadas entrevistas e testes neuropsicológicos padronizados e o neuropsicólogo poderá investigar o funcionamento cognitivo e estabelecer as habilidades e as dificuldades específicas de uma pessoa para planejamento de intervenção. Como algumas crianças exigem intervalos frequentes, os testes podem ser divididos entre duas a cinco consultas.
A avaliação neuropsicológica pode contribuirpara o diagnóstico correto do autismo. Normalmente, é realizada com base na observação, histórico e nas queixas do paciente e dos pais.
As pessoas com o TEA devem ser examinadas por neuropsicólogos experientes e bem treinados. E essa investigação deve destacar a singularidade de cada pessoa com TEA.
A avaliação da inteligência é fundamental para qualquer avaliação neuropsicológica e quem tem autismo. Mas, a análise do perfil cognitivo é muito mais importante do que a medição do quociente de inteligência (QI). Por isso, avaliam-se as funções cognitivas individuais das pessoas com TEA.
Quando envolvem crianças e adolescentes, geralmente a avaliação neuropsicológica é feita com a presença dos pais. Inicialmente são coletados os dados do paciente – e as perguntas abrangem desde o nascimento até os dias atuais.
Em seguida, os especialistas aplicam testes ou usam ferramentas de diagnóstico para compreender as funções cognitivas, como funciona a memória, a atenção, o planejamento, entre outros fatores.
É comum também que o neuropsicólogo converse com outros profissionais que convivem com a criança como professores e pediatras para entender melhor como ela se comporta.
As pontuações dos testes são interpretadas no contexto de outras informações. Alguns déficits não podem ser quantificados. As habilidades sociais, por exemplo, são avaliadas em grande parte por meio da observação de comportamentos.
Após a conclusão da avaliação, os pais são orientados e os profissionais indicam as medidas e terapêuticas adequadas para cada caso.
Referências: