Treinamento parental: uma prática baseada em evidências

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Crianças com transtorno do espectro do autismo costumam ter problemas comportamentais, dificuldades na comunicação, dificuldades para ter uma alimentação saudável e distúrbios do sono.

Essas situações podem aumentar o estresse parental e a carga familiar. Por conta disso, o papel de pais e cuidadores para contribuir com o desenvolvimento e qualidade de vida do autista é fundamental.

Você já ouviu falar de treinamento parental? Trata-se de uma prática baseada em evidências que tem o intuito de sistematizar o repertório comportamental emitido pelos pais quanto ao manejo do comportamento dos filhos.

Dessa forma, são realizadas diversas orientações aos pais voltados ao comportamento, comunicação ou para fatores específicos relacionados ao sono, alimentação ou rotinas do autista.

Como é realizado o treinamento parental?

Inicialmente, é realizada uma avaliação com os pais para definir qual é a melhor estratégia em cada caso.

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Em seguida, o profissional modela a estratégia junto à criança ou jovem. E os pais e cuidadores devem observar e ouvir detalhes sobre a estratégia.

Depois, eles podem aplicar a estratégia e sentir as dificuldades de se colocar nesse papel. Logo em seguida, recebe um retorno sobre como foi seu desempenho ou o que precisa melhorar.

Os pais devem ser incluídos nas intervenções e treinados para que ampliem as possibilidades de desenvolvimento de diversas habilidades.

O que pode ser trabalhado no treinamento parental:

  • Receber exemplos de como treinar a estratégia para o desenvolvimento das diferentes habilidades dentro de casa;
  • Explicar como as atividades podem ser aplicadas no contexto familiar e social;
  • Melhorar as habilidades sociais, de conversação e linguagem espontânea;
  • Melhorar as habilidades de atenção compartilhada e lúdicas;
  • Ajudar a diminuir os problemas com alimentação e rotina;
  • Diminuir os comportamentos inadequados ou agressivos.

Etapas do treinamento parental

Para concluir formalmente a intervenção implementada pelos pais, há várias etapas envolvidas. O que inclui:

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  1. Determinar as necessidades da família;
  2. Seleção de metas;
  3. Desenvolver o plano de intervenção;
  4. Pais em treinamento;
  5. Implementando a intervenção;
  6. Monitoramento de progresso.

Vale destacar que para ser eficaz, é importante individualizar a intervenção. Isso pode ser feito por meio da avaliação das habilidades da criança, observações e entrevistas.

O treinamento parental é eficiente?

Sim. Há diversos estudos que comprovam a sua eficácia. O treinamento parental (Parent Implemented Interventions) visa estimular crianças pequenas a melhorar suas habilidades sociais, cognitivas, acadêmicas, adaptativas e de comunicação.

E também é eficaz na melhora no comportamento, na atenção compartilhada, no brincar e em habilidades pré-escolares.

Os pais aprendem a interagir, estimular e incentivar o desenvolvimento das habilidades de seus filhos em diversos momentos de atividades do dia a dia.

O envolvimento dos pais potencializa as habilidades da criança e do jovem com TEA. Além disso, melhora a relação familiar, ajuda no estímulo e a interagir em diferentes contextos.

Os pais podem ajudar seus filhos a ter mais oportunidades de aprendizado do que em qualquer ambiente de tratamento.

O treinamento parental pode ajudar os pais a lidar com os sintomas de autismo em seus filhos, comportamentos inadequados que estão sendo exibidos.

E contribui também com o desenvolvimento de habilidades adequadas e funcionais para melhorar a qualidade de vida de seus filhos.

Vale destacar que é fundamental buscar ajuda especializada para realizar o treinamento parental. Geralmente, especialistas na ciência ABA conseguem desenvolver a intervenção.

Referências

https://bmcpsychiatry.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12888-020-02973-7

https://www.abaparenttraining.com/home/2019/3/7/aba-parent-training-tips-for-quality-applied-behavior-analysis-parent-training

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.