TDAH e autismo: qual é a relação?

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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Por isso, as pessoas com TDAH costumam ser inquietas, sentem dificuldade para se concentrar e podem agir por impulso. O transtorno pode acometer a pessoa durante toda a vida.

Os sintomas são percebidos logo na infância e a maioria dos diagnósticos ocorre entre as crianças de 6 a 12 anos. Algumas pessoas com TDAH também apresentam distúrbios de sono e ansiedade.

Afeta de 3% a 5% das crianças em idade escolar e sua prevalência é maior entre os meninos.

Pesquisas indicam como as causas do TDAH uma predisposição genética e alterações nos neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que estabelecem as conexões entre os neurônios. Fatores ambientais como por exemplo muito baixo peso ao nascer (menos de 1.500 gramas) confere um risco 2 a 3 vezes maior para TDAH.

Diagnóstico do TDAH

O diagnóstico do TDAH é realizado a partir de uma classificação da Associação Americana de Psiquiatria. São avaliados 18 sintomas, sendo nove de desatenção e outros nove de hiperatividade e impulsividade.

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Para ser considerado TDAH, a criança precisa apresentar no mínimo seis sintomas de desatenção e/ou de hiperatividade e impulsividade.

Já, se o diagnóstico ocorrer na idade adulta, é necessário ter pelo menos, cinco sintomas de desatenção e/ou cinco de hiperatividade e impulsividade.

Autismo e TDAH estão relacionados?

De acordo com pesquisas, há uma relação genética entre o autismo e o TDAH. Sabe-se que os genes associados ao Transtorno também aumentam o risco para outros transtornos, como esquizofrenia, autismo e depressão. Mais pesquisas ainda são necessárias para entender melhor a conexão entre TDAH e TEA.

Estima-se que 14% das crianças com TDAH também tenham TEA e até 80% das pessoas com TEA apresentam o TDAH também. É bastante comum que ocorra uma confusão entre os sinais e sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Já que as crianças, em ambos os casos, podem ter problemas para manter o foco, ser impulsivas, ter dificuldade em se comunicar e se relacionar. Algumas vezes, pode aparecer simultaneamente na mesma pessoa (comorbidade).

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Mas, basicamente, o autista possui dificuldade de interagir por ter uma maneira diferente de entender o mundo, já quem tem TDAH costuma ser descrito como um indivíduo que vive com a cabeça nas nuvens (distraído em excesso), o que também prejudica as suas relações sociais.

Tanto o TDAH quanto o TEA são condições para a vida toda que podem ser gerenciadas com tratamentos adequados. 

O primeiro passo é confirmar o diagnóstico e buscar terapias que ajudem a criança ou jovem a ter mais qualidade de vida. Pode ser necessário procurar um especialista em transtorno de comportamento infantil.

Geralmente, os especialistas indicam medicamentos e terapia comportamental para lidar com os sintomas.

Vale destacar que tanto o diagnóstico do TEA quanto do TDAH não é confirmado por exames laboratoriais ou de imagem. O diagnóstico é clínico, ou seja, realizado após uma consulta por especialistas com auxílio de questionários padronizados.

E ambos os transtornos necessitam de um tratamento multiprofissional — acompanhado por diferentes profissionais, como médicos e psicólogos, por exemplo.

Não há cura para esses transtornos, uma vez que não são doenças. Os pais e cuidadores precisam entender que o cérebro das crianças com TEA ou TDAH funciona de uma forma diferente.

Abaixo, confira os sintomas dos Transtornos.

Sintomas de TDAH

  • Se distraem facilmente.
  • Pulam de uma tarefa para outra ou ficam entediados rapidamente com as tarefas.
  • Dificuldade de focar, concentrar e estreitar a atenção para uma tarefa.
  • Falam sem parar.
  • Hiperatividade.
  • Dificuldade em ficar parado.
  • Interrompem mais as conversas.
  • Não prestam atenção em detalhes ou cometem mais erros por descuido.
  • Dificuldade para organizar atividades e cumprir prazos.

Sinais de TEA

  • Não responde a estímulos comuns.
  • Falha na atenção compartilhada
  • Normalmente fazem pouco ou nenhum contato visual.
  • Dificuldade na interação social e na comunicação.
  • Presença de comportamentos restritos e repetitivos.

Referências:

https://www.healthline.com/health/adhd/autism-and-adhd#adhd-with-autism

https://www.webmd.com/add-adhd/childhood-adhd/adhd-or-autism

https://www.medicalnewstoday.com/articles/325618

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.