Saiba mais sobre os Transtornos de Linguagem

Pessoas com algum tipo de Transtorno de Linguagem apresentam dificuldades de se expressar e entender o que os outros estão dizendo. Vale reforçar que isso não está relacionado a problemas de audição.

Geralmente, esse  transtorno é percebido na primeira infância pelos pais ou educadores.

Há diversos tipos de Transtornos de Linguagem. E eles podem interferir na comunicação do indivíduo ao afetar a fala, a linguagem, a audição ou a voz.

Crianças com esses transtornos apresentam fala ininteligível (troca de sons na fala), dificuldades na elaboração de frases, para narrar os fatos e histórias, podem apresentar um vocabulário pobre, déficits de memória, entre outros sintomas.

Tudo isso pode atrapalhar o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita e causar dificuldades de alfabetização. Com isso, essas crianças podem ter problemas emocionais como baixa autoestima e dificuldades de interação com os colegas.

Dessa forma,  o diagnóstico e a intervenção precoce nos atrasos de fala e de linguagem são importantes para aumentar a qualidade de vida.

As causas dos transtornos de linguagem podem variar – é comum ocorrer por questões genéticas, degenerativas, por conta de uma lesão, questões ambientais e/ou emocionais.

A seguir, vamos detalhar alguns transtornos de linguagem.

Dislalia

Trata-se de uma dificuldade de falar alguns sons, o que causa erros na pronúncia ou dificuldade de articular palavras. É comum, por exemplo, trocar a letra R por L. Pode também omitir algumas letras.

Há alguns tipos de dislalia. A evolutiva, por exemplo, define-se como uma dificuldade de fala temporária que passa com a idade; já funcional é aquela em que há substituições de letras.

A audiógena ocorre em casos de deficiência auditiva e a orgânica acontece quando há alguma lesão cerebral ou alterações na estrutura da boca e língua.

Disfemia

Pode ser definido como umdistúrbio na temporalização da fala que afeta a fluência e a comunicação. Por isso há repetição frequente ou prolongamento de sons, sílabas ou palavras. Além de dúvidas frequentes ou pausas que interrompem o fluxo rítmico da fala.

Alguns especialistas consideram a disfemia e a gagueira o mesmo Transtorno, enquanto outros diferenciam as duas alterações de fala. Geralmente, os sintomas podem estar associados ao estado emocional da pessoa.

Estima-se que 5% da população mundial é afetada por esse transtorno.

Algumas crianças podem apresentar este distúrbio até  os 5 anos de idade e terem uma fala vacilante, repetições de vocábulos, semelhantes ao gaguejar. Mas isso cessa após o desenvolvimento da criança.  

Afasia

É uma condição que limita ou cessa a capacidade de comunicação. Afeta a capacidade de falar, escrever e compreender a linguagem, tanto verbal quanto escrita.

Pode ocorrer repentinamente após um derrame ou traumatismo craniano. E também surgir gradualmente por causa de um tumor cerebral. Às vezes, podem ocorrer episódios temporários de afasia. 

Entre os sintomas destacam-se:

  • frases curtas ou incompletas;
  • falar frases que não fazem sentido;
  • substituir uma palavra por outra ou um som por outro;
  • não entende a conversa de outras pessoas;
  • escreve frases que não façam sentido.

Apraxia da fala

Trata-se de uma condição neurológica em que a pessoa é incapaz de realizar voluntariamente movimentos motores da boca, língua, lábios e mandíbula para produzir sons de fala claros e consistentes.

Isso ocorre mesmo que os músculos estejam normais e ela saiba como fazer o movimento. É uma desordem neurológica da fala.

Por isso, pode fazer com que a pessoa perca a capacidade de falar. Pode estar presente desde o nascimento e afetar a capacidade da criança de formar sons e palavras.

Formas de tratamento

O diagnóstico pode ser realizado por um pediatra ou fonoaudiólogo, que é o profissional especializado no tratamento de problemas de linguagem e distúrbios da fala. 

Após avaliar a pessoa com o Transtorno de Linguagem,  o especialista definirá como será processo terapêutico de acordo com as dificuldades apresentadas.

A terapia de fala pode ser bastante eficaz para a redução dos sintomas dos Transtornos de Linguagem. São realizados exercícios que ajudam na familiaridade com certas palavras ou sons.

Por conta disso, é fundamental procurar um fonoaudiólogo especialista e capacitado para atender as necessidades da pessoa com o transtorno.

O tratamento  pode levar tempo. Quando as crianças têm algum tipo de transtorno de linguagem é necessária a participação dos profissionais, familiares, cuidadores e educadores, pois essas pessoas ajudam no processo terapêutico.

Já que estes são responsáveis por ajudar e incentivar as  atividades que estimulam a criança a aperfeiçoar sua capacidade de falar com clareza.

Referências

https://www.cdc.gov/ncbddd/childdevelopment/language-disorders.html

https://www.medicalnewstoday.com/articles/324764

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista, especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Pesquisadora na área do TEA há mais de 10 anos. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou 4 Pós-doutorados pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.