Saiba mais sobre o Transtorno Específico de Linguagem

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O Transtorno Específico de Linguagem é um distúrbio da comunicação que interfere no desenvolvimento das habilidades da linguagem em crianças que não apresentam perda auditiva ou deficiência intelectual. 

Ele pode afetar a fala, a audição, a leitura e a escrita. Estima-se que afete até 8% das crianças no jardim de infância. O impacto desse transtorno geralmente persiste na idade adulta.

A causa é desconhecida, mas pesquisas recentes sugerem que há uma forte ligação genética. Crianças com esse transtorno têm maior probabilidade de ter pais e irmãos que também tiveram dificuldades e atrasos na fala. 

Vale destacar que assim como ocorre com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), o Transtorno Específico de Linguagem é uma condição que ocorre durante o neurodesenvolvimento.

Ambos Transtornos se manifestam precocemente e se não forem identificados prejudicam a qualidade de vida  da criança.

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Apesar de serem Transtornos distintos, pessoas com autismo podem apresentar o Transtorno Específico de Linguagem. Mas mesmo tendo prejuízos de linguagem em ambas as condições, eles ainda são mais acentuados no TEA.

Quais são os sintomas?

Uma criança com o Transtorno Específico de Linguagem geralmente demora mais para falar. E depois sentem dificuldade de aprender novas palavras e conversar. Também afeta mais meninos que meninas.

A seguir, veja outros sintomas:

  • Sentem dificuldade em seguir instruções, pois não entendem as palavras;
  • Cometem erros gramaticais frequentes ao falar;
  • Persistentes dificuldades de linguagem;
  • Uso limitado de frases complexas;
  • Dificuldade em encontrar as palavras certas;
  • Dificuldade em entender a linguagem metafórica;
  • Problemas de leitura;
  • Troca de sons na fala;
  • Inverte a ordem das palavras;
  • Fala difícil de compreender;
  • Vocabulário restrito;
  • Hesitações parecidas com gagueiras.

Para diagnosticar o Transtorno há um critério de exclusão de outros quadros, como deficiência auditiva e intelectual e autismo.

Um fator fundamental é que a criança com esse Transtorno geralmente apresenta um desempenho em comunicação abaixo do esperado para  idade. Geralmente, ela brinca e interage, mas a linguagem não evolui. 

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A importância do diagnóstico

É importante que pais e cuidadores fiquem atentos aos sinais e busque ajuda se achar que a criança apresenta o Transtorno.

As primeiras palavras já podem ser observadas a partir de um ano de idade. Mas, cada criança é única e pode demorar um pouco mais para falar.

Geralmente, um fonoaudiólogo, que é um profissional capacitado para identificar os problemas de fala ou linguagem,  poderá avaliar as habilidades de linguagem da criança. 

O tipo de avaliação depende da idade da criança, mas geralmente ocorre uma observação direta dos comportamentos e dificuldades de fala, entrevistas e questionários que são respondidos por pais ou professores.

Há também avaliações da capacidade de aprendizagem da criança e alguns testes para checar o desempenho da criança.

Intervenções terapêuticas e como conviver com o Transtorno

O Transtorno Específico de Linguagem aparece na primeira infância e provavelmente permanecerá durante toda a vida, mas a criança pode se desenvolver e aprender a lidar com ele.

Com a terapia fonoaudiológica, é possível melhorar o desempenho no processo de comunicação por meio do desenvolvimento de habilidades das crianças com o Transtorno.

O tratamento precoce durante os anos pré-escolares pode melhorar as habilidades de muitas crianças com atrasos de linguagem.

Sabe-se que  a intervenção terapêutica realizada antes dos 3 anos de idade tem se mostrado bastante eficaz.

Isso contribuirá para melhorar a interação social, os relacionamentos amorosos e profissionais, além do aprendizado escolar.

Geralmente, as medidas terapêuticas e intervenções variam de acordo com a idade e as necessidades da pessoa.

Quanto antes, melhor. Uma vez que assim a criança passará a adquirir os elementos gramaticais que faltam, ampliará sua compreensão de palavras e desenvolverá habilidades de comunicação social.

Referências

https://www.scielo.br/pdf/rcefac/2012nahead/188-11.pdf

https://www.sanarmed.com/artigos-cientificos/compreensao-de-ambiguidade-em-criancas-com-transtorno-especifico-de-linguagem-e-fala-e-transtorno-do-espectro-autista

https://leader.pubs.asha.org/doi/10.1044/leader.FTR1.06122001.4

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.