Você já ouviu falar sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? Ele é um transtorno neurobiológico de causas genéticas que costuma aparecer na infância e acompanhar a pessoa por toda a vida.
Entre os sintomas, destacam-se: desatenção, hiperatividade, inquietude e impulsividade. O diagnóstico geralmente ocorre quando a criança tem entre 6 e 12 anos ou logo após ingressar na escola.
Estima-se que o TDAH atinja cerca de 3 a 5% das crianças em todo o mundo.
De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5ª Ed. 2013), o TDAH é mais comum no sexo masculino do que no feminino.
E há três graus de TDAH: leve, em que a rotina da pessoa não é afetada; moderada, quando os sintomas começam a atrapalhar as atividades; e grave quando há vários sintomas que causam problemas na rotina profissional e escolar.
Principais sintomas
Para ter um diagnóstico, o médico avaliará os sintomas que a criança apresentou nos últimos meses. O DSM-5 definiu alguns critérios para que ocorra um diagnóstico correto do TDAH. Os sintomas variam de acordo com o tipo de TDAH – hiperativo, desatento ou ambos.
Para ser diagnosticado com TDAH, é importante que a criança ou adulto tenha um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade que altere o seu desenvolvimento, aprendizagem e rotina diária. Veja alguns sinais:
– incapacidade de reconhecer as necessidades e desejos de outras pessoas. Por isso, acabam fazendo interrupções frequentes e sentem dificuldade para esperar a sua vez;
– uma criança com TDAH pode ter problemas para manter suas emoções sob controle. Podem sentir raiva em momentos inapropriados, por exemplo;
– pode mostrar interesse em muitas atividades diferentes, mas não consegue terminá-las;
– a falta de foco pode ser constante. Uma criança com TDAH apresenta dificuldade em prestar atenção, mesmo quando alguém está falando diretamente com ela;
– tendem a evitar tarefas que exigem esforço mental prolongado. Sendo assim, não conseguem prestar atenção na aula ou fazer o dever de casa;
– cometem mais erros por desatenção ou dificuldade na hora do planejamento. Mas isso não quer dizer que sejam preguiçosos ou falta inteligência;
– uma criança com TDAH também pode ser mais introspectiva, sonhar acordada e ignorar o que está acontecendo ao seu redor;
– é comum serem esquecidas nas atividades diárias. Eles podem esquecer de fazer as tarefas e também perder objetos como brinquedos por desatenção;
– sentem dificuldades para ficar parados, agem sem pensar e possuem pouca noção de perigo. Por isso, levantam da cadeira em sala de aula a todo momento, por exemplo;
– não escutam quando lhe dirigem a palavra;
– não conseguem brincar calmamente;
– costumam falar demais e interrompem com frequência;
– na adolescência podem ter baixa autoestima, serem mais agressivos e abusar de álcool e drogas;
– os adultos sem tratamento tendem a ter problemas no ambiente de trabalho e nas relações amorosas – não conseguem ser organizados, são impulsivos e sentem dificuldade para respeitar hierarquia.
Como conviver com TDAH
Não há cura para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, pois não é uma doença. Entretanto, há tratamento e mudanças na rotina e comportamentos de familiares que podem ajudar os pais e as crianças a conviverem com o TDAH. Após o diagnóstico, os pais devem aceitar o fato de que as crianças com TDAH têm cérebros que funcionam de maneiras diferentes e podem ter comportamentos impulsivos. É comum que o especialista indique uma combinação de medicamentos, além de orientar pais e professores a lidar melhor com o transtorno. Em alguns casos, indica-se a terapia comportamental.
TEA e TDAH
Podem ocorrer uma confusão entre os sintomas de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Isso porque as crianças, em ambos os casos, podem ter problemas para manter o foco, ser impulsivas, ter dificuldade em se comunicar e se relacionar.
Mas são transtornos distintos. Quem possui TEA, sente dificuldades para se desenvolver, nas habilidades de linguagem e interações sociais e a capacidade de aprender. É comum que quem possua autismo também tenha o TDAH.
O diagnóstico correto e precoce é a melhor forma de evitar que as crianças tenham o tratamento adequado para se desenvolver plenamente, de acordo com suas limitações e particularidades.
Referências:
American Psychiatric Association (2003). Transtorno de déficit de atenção e de comportamento disruptivo. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. (4ª ed).
https://www.autism.org.uk/adhd
https://add.org