Saiba mais sobre o Transtorno Dissociativo de Identidade

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O Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) é uma condição considerada rara e trata-se da presença de duas ou mais identidades na mesma pessoa, ou seja, apresenta múltiplas personalidades.

Essa mudança de identidade costuma aparecer em circunstâncias específicas, geralmente desencadeadas por estresse emocional. Normalmente, ocorre após um grande trauma sofrido pela pessoa ainda na infância. É o caso de abusos sexuais, físicos ou psíquicos.

Depois desses abusos, as crianças desenvolvem outras personalidades com o objetivo de se defender dessa situação traumática. É como se fosse uma estratégia de autodefesa para suportar os momentos de dor e angústia.

Sabe-se que quem tem deficiência intelectual ou um transtorno de personalidade, como borderline, também é mais vulnerável a desenvolver a condição, pois costuma ter uma resiliência menor.

O Transtorno pode se manifestar em qualquer idade. Estima-se que cerca de 2% das pessoas sofrem de transtornos dissociativos no mundo.

Sintomas do TDI

A pessoa apresenta várias personalidades que costumam assumir o controle de seu comportamento. Elas frequentemente experimentam uma perda de memória do que aconteceu enquanto outra personalidade estava no controle.

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Cada personalidade tem um conjunto distinto de características, história pessoal e maneira de se relacionar com o mundo. Assim, podem ter nomes, gêneros e preferências diferentes dos da personalidade central do indivíduo.

O impacto dos sintomas de TDI na qualidade de vida de uma pessoa pode variar bastante, de acordo com número de alterações que ela tem, sua situação social e se há outras condições de saúde.

Outros sintomas que uma pessoa com TDI incluem:

  • Incapacidade de recordar memórias de infância e história pessoal;
  • Sentimentos de desapego ou desconexão;
  • Flashbacks ou o retorno repentino de memórias previamente esquecidas;
  • Alucinações;
  • Falta de conhecimento sobre eventos recentes;
  • Pensamentos de automutilação ou suicídio;
  • Convulsões;
  • Estresse agudo, ansiedade, angústia e depressão.

Como é realizado o diagnóstico?

Viver com TDI pode ser frustrante e assustador. Muitas pessoas não recebem o diagnóstico correto até que se tornem adultas, o que aumenta ainda mais o sofrimento.

Tanto adultos quanto crianças são diagnosticados por meio dos critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição (DSM-5). São eles:

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  • A presença de duas ou mais identidades ou personalidades distintas, cada uma com seu próprio padrão de interpretação e relacionamento com o meio ambiente;
  • Essas personalidades perturbam a identidade, comportamento, consciência, memória, percepção, cognição ou sentidos da pessoa;
  • A amnésia que limita o quanto uma pessoa pode se lembrar sobre eventos traumáticos e fatos do dia a dia;
  • Os sintomas não ocorrem devido ao uso de nenhuma substância, como álcool ou medicamentos;
  • Apresentam sintomas que causam sofrimento significativo nos ambientes de trabalho e sociais;
  • Sentimentos de desapego (dissociação).

Formas de tratamento

O tratamento para o transtorno dissociativo de identidade geralmente envolve psicoterapia e medicamentos para controlar os sintomas de ansiedade e depressão.

A terapia comportamental ajuda a pessoa a processar memórias traumáticas, a melhorar o relacionamento com os outros e a desenvolver habilidades para enfrentar a situação.

Vale destacar que o objetivo da terapia é ajudar todas as personalidades a viver e trabalhar juntas de forma harmoniosa. E também fazer com que a pessoa consiga identificar o que faz com que as personalidades mudem para que ela se sinta preparada.

Não existe um medicamento específico para tratar esse Transtorno, mas os antidepressivos e os ansiolíticos podem ser usados ​​para tratar os sintomas que costumam surgir com a condição como depressão e ansiedade. 

Isso porque ocorre um estigma social em torno dessas pessoas, que muitas vezes se sentem sozinhas, culpadas e deprimidas.

Pessoas com TDI têm mais chances de tentar suicídio e automutilação. Por isso, o diagnóstico correto e o tratamento imediato são fundamentais e podem salvar vidas.

Referências:

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/dissociative-disorders/symptoms-causes/syc-20355215

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2719457/

https://www.nhs.uk/conditions/dissociative-disorders/

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.