Saiba detalhes das práticas baseadas em evidências

Patrocinado

As práticas baseadas em evidências podem ser definidas como procedimentos de instrução ou intervenções que os pesquisadores mostraram ser seguras e eficazes por meio de pesquisas científicas.

Vale destacar que as pessoas com autismo se beneficiam bastante de intervenções precoces e outras estratégias que podem ser aplicadas ao longo da vida.

Essas medidas terapêuticas tendem a melhorar as habilidades sociais e de comunicação da pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Por isso, ajudam nos comportamentos, na parte cognitiva e motora, além de contribuir com a preparação para a vida escolar, acadêmica, profissional e saúde mental do autista.

 Veja abaixo detalhes de algumas práticas baseadas em evidências.

Reforçamento

Trata-se de dar um estímulo para reforçar um comportamento adequado.

Patrocinado

O reforço positivo, por exemplo, leva em conta os gostos pessoais do autista. Assim, pode ser um elogio, um brinquedo, um abraço, um passeio, por exemplo. E esse reforço deve ser apresentado logo após a execução do comportamento esperado.

Extinção

Os procedimentos de extinção visam identificar a causa de um comportamento com o objetivo de eliminá-lo se ele não for adequado — como birras, gritos, choros, jogar-se no chão, cuspir, entre outros.

Por isso, é importante identificar o reforço que está mantendo aquele comportamento para retirá-lo. Para ser eficaz, é necessário sempre que possível substituir um comportamento inadequado por um adequado, ensinando novas habilidades.

– Dicas: é um procedimento característico do ensino por meio da ciência ABA. Há alguns tipos de dicas, mas todos visam dar um suporte necessário para que o autista atinja o comportamento-alvo.

A dica físicatotal, por exemplo, acontece quando o terapeuta faz o movimento total pela criança e é como se ela estivesse fazendo o movimento). Já usando a dica física parcial, há menos pressão e ajuda fornecida.

Patrocinado

Na dica por gesto, o terapeuta gesticula com a boca ou até mesmo aponta um cartão ou ação como ajuda. E na dica por posição é colocado os materiais em uma posição favorável à emissão da resposta certa — com um cartão mais perto ou mais distante, por exemplo.

E com as dicas verbais, o terapeuta ajuda falando a resposta de forma total ou parcial. Há ainda dicas visuais em forma de filmes e a dica por pausa, que é fornecida apenas esperando a resposta da criança.

Integração sensorial

Pessoas com o TEA podem ter dificuldades sensoriais. E isso pode limitar bastante as suas habilidades no trabalho, família e lazer. Por isso, a prática de integração sensorial ajuda a criança com autismo receba informações sensoriais que  organizam o sistema nervoso central.

Além disso, auxilia a criança a inibir e/ou a modular a informação sensorial e ajuda no processamento da resposta aos estímulos sensoriais.

Modelação

A modelagem em vídeo ou vídeo modelação é considerada uma prática baseada em evidências para pessoas com TEA já que alguns respondem melhor a estímulos visuais. Assim, é possível ensinar novas habilidades ou comportamentos a crianças autistas.

Trata-se de demonstrações gravadas em vídeo indicando uma habilidade ou comportamento para  a criança ou jovem com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Eles assistem ao vídeo e conseguem entender melhor como funcionam as habilidades ou comportamentos e passam a repeti-los.

Treino de habilidades sociais

é comum que os autistas não entendam como agir em determinadas situações sociais.  Mas, isso é fundamental para que ele conviva em sociedade.

Com o treino de habilidades sociais, o autista aprende as regras de jogos, como funciona uma conversa, a gerenciar suas emoções, como ocorre e a necessidade do contato visual, a entender os sentimentos alheios, além de ter autocontrole e como resolver problemas, por exemplo.

A importância de buscar um profissional capacitado

As práticas baseadas em evidências devem ser realizadas por um profissionais capacitados, especialistas em comportamento e principalmente em autismo.

Eles conseguem definir  qual é a medida terapêutica mais indicada para cada autista, após umaavaliação do repertório da criança ou jovem e identificam as dificuldades de aprendizagem e falta de habilidades sociais.

Cada indivíduo é único e tem suas limitações, por isso, as intervenções devem ser individualizadas. Independentemente da prática baseada em evidências, o objetivo é o mesmo: promover o desenvolvimento comportamental de forma adequada e assim aumentar a qualidade de vida.

A família, cuidadores e professores também são fundamentais nesse processo. E precisam acompanhar constantemente a evolução do autista e algumas vezes, realizar exercícios em casa ou na instituição de ensino.

As pessoas próximas do autista devem ser instruídas para contribuir na manutenção desses comportamentos adequados.

Referências:
https://www.autismsociety-nc.org/treatment/
https://vcuautismcenter.org/resources/EBP.cfm
https://researchautism.org/use-of-evidence-based-practices/

WhatsApp
Facebook
Pinterest
Telegram
Twitter
Patrocinado

Você irá ler neste artigo

Quem leu gostou do artigo!!!
Quem leu gostou do artigo!!!
Picture of Dra. Fabiele Russo

Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.