AEE e Sala de Recursos. Saiba qual a importância para alunos autistas

Algumas crianças com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) podem sentir dificuldades em frequentar uma escola, conviver com outros colegas e aprender. Por isso, é fundamental que essas crianças tenham apoio para auxiliá-las nesse processo de inclusão e aprendizagem.

A legislação garante que a criança ou jovem autista tenha assegurado o direito de ter um Atendimento Educacional Especializado (AEE), professor de apoio outros mecanismos como sala de recursos.

Cada estudante com autismo possui potencialidades e necessidades específicas de aprendizagem. Eles precisam ter o apoio de um Atendimento Educacional Especializado (AEE) em uma sala de recursos que permita a eles se desenvolverem plenamente. 

O que deve ter uma sala de recursos

A sala de recursos da instituição precisa ter muitos instrumentos de tecnologia assistiva, como computadores com teclado colmeia, acionadores, planos inclinados e materiais pedagógicos que contemplem as diversas necessidades educacionais especiais (NEE).

Além disso, precisa ter rampas, pisos táteis e portas adaptadas para garantir a circulação por todos os espaços. Mas, para garantir a inclusão é necessário oferecer a preparação adequada aos professores, tanto aos que trabalham em salas regulares quanto aos que atuem na sala de recursos. 

É fundamental que a sala de recursos seja planejada para ser eficaz no processo de inclusão. Por isso, a escola precisa ter uma estrutura adequada para receber e oferecer condições favoráveis para a troca de informações e interação entre os estudantes com necessidades especiais.

Alguns recursos importantes:

– Mesa com recorte que permite a regulação da altura para que os alunos cadeirantes fiquem em uma posição mais confortável.

– Brinquedoteca que contenha diversos brinquedos e jogos.

– Materiais diversos como tesouras adaptadas, réguas de leitura para ampliar o tamanho do texto e calculadoras sonoras.

– Letras móveis que são instrumentos usados por alunos com dificuldade para segurar lápis ou canetas.

– Teclado com colmeia para facilitar a digitação de estudantes com dificuldades motoras.

O papel do AEE e professor de apoio

Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço pedagógico voltado para identificar e atender as necessidades educacionais específicas do aluno.

Ele é realizado por um professor especializado em uma sala de recursos multifuncional ou em outros espaços escolares preparados para oferecer suporte pedagógico adicional. O foco do AEE está em adaptar conteúdos, materiais e estratégias pedagógicas para promover o aprendizado e a autonomia do aluno.

Já o professor de apoio atua diretamente no ambiente escolar, auxiliando o aluno em suas atividades cotidianas, tanto dentro quanto fora da sala de aula. Seu papel é mais voltado para o suporte prático, incluindo tarefas como higiene, alimentação e mobilidade, além de promover a inclusão social e facilitar a interação com colegas. Ele trabalha em parceria com o professor da turma e com outros profissionais da escola para criar um ambiente mais acolhedor e acessível.

É um direito do aluno autista garantido por lei e ele contribui para que quem tem TEA absorva o conteúdo apresentado em sala. O aluno com TEA poderá ter acesso a um profissional de apoio escolar, como um professor de apoio, para auxiliar no processo de aprendizagem em sala de acordo com o que foi estabelecido na lei nº 12.764/2012.

Esse profissional participa da reintegração da pessoa com TEA na sala de aula e ajuda na inclusão escolar. Cabe a ele, adaptar as atividades, auxiliar nas interações sociais e aplicações didáticas.

O professor de apoio atua juntamente com a equipe pedagógica, com o AEE e com o professor regular. Eles definem as estratégias que serão utilizadas para que o estudante autista tenha acesso ao aprendizado das disciplinas e das formas de avaliação que permitam que a aprendizagem seja efetiva.

Ele contribui para melhorar as habilidades de leitura, escrita, matemática, compreensão e comunicação do autista. E também define uma rotina, ensina sobre regras e comportamentos adequados na sala de aula.

Em alguns casos, esse profissional também pode auxiliar o aluno nos momentos de higiene, alimentação e locomoção. A instituição de ensino deve providenciar um professor de apoio especializado diretamente na secretaria de educação à qual está vinculada. Lembrando que essa contratação é um dever da instituição de ensino.

O papel da escola no processo de inclusão

Cabe a instituição de ensino investir na capacitação do corpo docente e nos demais colaboradores da escola para receber o aluno com TEA. Essa é a melhor forma de facilitar a inserção da criança nesse novo ambiente.

A escola precisa traçar um plano de ensino respeitando a capacidade de cada criança e estabelecer estratégias de aprendizagem diversificadas com o suporte da sala de recursos.

A sala de recursos deve ser mais uma ferramenta que respeite as limitações sociais e sensoriais da criança e contribua para promover atividades que ajudem nesse processo de aprendizagem e inclusão social.

Referências

https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/2190/1/LCCSantos.pdf

https://www.thoughtco.com/special-education-resource-room-3110962

https://www.education.vic.gov.au/parents/additional-needs/Pages/autism-school-support.aspx

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista e pesquisadora na área do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestra e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou Pós-doutorado pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.
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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista e pesquisadora na área do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestra e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou Pós-doutorado pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.