O papel do psicopedagogo no autismo

O psicopedagogo busca compreender como a aprendizagem ocorre para cada indivíduo e as dificuldades que a pessoa encontra nesse processo.

Sendo assim, sua atuação é bastante abrangente e o profissional lida com questões psicológicas, pedagógicas, afetivas e cognitivas.

Por isso, ele acompanha a criança ou adolescente com TEA e avalia como está sua aprendizagem, investiga os seus comportamentos e até mesmo elabora estratégias para realizar intervenções sempre que necessário.

Cabe ao psicopedagogo, impulsionar e facilitar o desenvolvimento cognitivo da pessoa com TEA. Ele consegue por meio de diversas técnicas contribuir para que o autista entenda melhor as regras sociais e melhorar a sua convivência com as pessoas da sociedade. Ele também atua na orientação dos familiares quanto as suas posturas e também com os profissionais envolvidos diretamente com o aluno autista.

O profissional reforça a ideia de que a aprendizagem é um processo de construção. Por isso, avalia todos os comportamentos, como curiosidades, ações e interações do indivíduo com autismo para elaborar um plano de aprendizagem. É importante e necessário que o psicopedagogo aborde cada caso individualmente, respeitando as particularidades e individualidade do autista. Essa é a melhor forma para que as intervenções pedagógicas sejam eficazes e o autista consiga se desenvolver, compreender e assimilar a interação com outras pessoas.

Seu papel nas escolas

O profissional de psicopedagogia acompanha e orienta o processo de aprendizagem respeitando as habilidades de cada aluno.  E também orienta os profissionais que estão envolvidos na educação dos autistas.  Por isso, dá instruções sobre como os professores podem contribuir e facilitar o aprendizado do aluno autista. Ele comparece em reuniões escolares, por exemplo, e conversa com os professores para entender as dificuldades e problemas comportamentais apresentados dentro da sala de aula.

Também cabe a ele direcionar uma rotina diária para oferecer uma previsibilidade de acontecimentos permitindo que a criança entenda o que está acontecendo a sua volta e tenha mais tranquilidade, menos angústia, ansiedade e frustração.

Por isso, ele organiza as atividades que serão desenvolvidas e planeja o que será feito em casa e até mesmo dentro da sala.

O psicopedagogo ajuda a reforçar positivamente os comportamentos adequados e ensina a criança com TEA o que deve ser feito em determinada situação.

Para isso, repete e ensina quantas vezes forem necessárias com paciência e respeito às dificuldades encontradas pelo autista.

O profissional também fica responsável de averiguar se criança com TEA está sendo incluída na escola, se suas necessidades estão sendo atendidas, se o ambiente escolar é o ideal e se os professores são qualificados e pacientes e também se o material didático é eficiente para os indivíduos com autismo.

O psicopedagogo trabalhará sobre os problemas já existentes com a intenção de minimizá-los. Por isso, elaborará um plano de intervenção, com o objetivo de eliminar os conflitos ou problemas de aprendizagens apresentados. Provavelmente, esse trabalho será realizado em conjunto com a instituição de ensino e os pais dos alunos.

A oportunidade de ser acompanhado por um psicopedagogo é importante já que ajuda a criança a ser estimulada, a desenvolver as suas potencialidades e a ser mais sociável.

E esses avanços podem ser realizados de forma lúdica para que ocorra o desenvolvimento da aprendizagem e melhora no rendimento escolar. Esse profissional faz a intermediação entre os professores e aluno visando manter um vínculo prazeroso e saudável.

Algumas escolas possuem psicopedagogos disponíveis que fazem o acompanhamento dos alunos e podem ajudar as crianças com autismo.

Há também a possibilidade de contratar uma consultoria de um pedagogo para que ele acompanhe o indivíduo com autismo de forma individual e pontual.

O psicopedagogo também pode trabalhar com a Análise de Comportamento Aplicada (ABA) para melhorar os comportamentos das pessoas autistas no ambiente escolar.

Referências:

Manejo comportamental de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo em condição de inclusão escolar. Disponível em:<https://especialdeadamantina.files.wordpress.com/2014/09/tgd_manejo- comportamental.pdf.

Autismo: intervenções psicoeducacionais: http://www.scielo.br/pdf/rbp/v28s1/a07v28s1.pdf

 

 

WhatsApp
Facebook
Pinterest
Telegram
Twitter

Você irá ler neste artigo

Quem leu gostou do artigo!!!
Quem leu gostou do artigo!!!
Foto de Dra. Fabiele Russo

Dra. Fabiele Russo

Neurocientista e pesquisadora na área do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestra e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou Pós-doutorado pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.
Foto de Dra. Fabiele Russo

Dra. Fabiele Russo

Neurocientista e pesquisadora na área do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestra e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou Pós-doutorado pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.