Moradias assistidas e autismo

Patrocinado

As moradias assistidas ou residências inclusivas são espaços que servem de residências para algumas pessoas. 

Não são clínicas nem locais de tratamento, são residências adaptadas às necessidades individuais de pessoas com deficiências, com problemas de saúde, dependência química e também para autistas. Elas surgiram como uma alternativa mais humanizada ao modelo de internação em grandes instituições ou hospitais.

Frequentemente ouvimos os pais de autistas preocupados com o futuro dos filhos com o Transtorno do Espectro do Autismo. Sabemos que mesmo com todos os esforços e terapias realizados na infância para desenvolver habilidades que possibilitem ter independência e autonomia nas demais etapas da vida, alguns autistas precisam de apoio na fase adulta e infelizmente os pais não serão eternos.

Pessoas com autismo com grau moderado ou severo precisam de suporte para as tarefas do dia a dia como limpar uma casa, cozinhar ou realizar a higiene pessoal. Mas quando não possuem algum familiar que possa acolher e cuidar é necessário pensar em alternativas como a moradia assistida.

Elas podem ser uma opção para que os autistas tenham dignidade e qualidade de vida.  Esses locais contam com equipe multidisciplinar capacitada e disponível para prestar um atendimento personalizado e qualificado.

Patrocinado

Há casos também de pessoas com autismo leve que desejam ser mais independentes e morar sozinhos. Mas ainda necessitam de ajuda parcial nas atividades domésticas e também acompanhamento psicológico e terapêutico.

Existem algumas moradias assistidas no Brasil, mas ainda não são suficientes para atender a demanda. Muitas delas foram criadas por pais de crianças com algum tipo de deficiência.

Reforçando que o direito à moradia e residência protegida é previsto em Lei (Art. 3º, Inciso IV – Lei 12.764/2012). E há vários modelos de moradia assistida que variam de acordo com o grau de dependência do autismo ou outra deficiência.

Elas podem ser casas individuais, que são locais em que a pessoa recebe ajuda para determinadas ações com profissionais que visitam semanalmente e trabalham em pontos específicos; apartamentos individuais assistidos por profissionais e familiares; casas compartilhadas, em que jovens moram juntos e recebem apoio de terapeutas e cuidadores.

Há unidades individuais ou que contam com até uma dezena de moradores, agrupados por faixa etária, tipo e grau de limitação ou ainda sem critérios específicos. Algumas possuem equipes permanentes de assistência e outras apenas garantem serviços básicos e que contam com monitores que as visitam periodicamente.

Patrocinado

Ao escolher a moradia assistida, é preciso observar alguns pontos. O adulto ou jovem autista consegue realizar suas atividades de forma independente? É capaz de preparar a própria comida e cuidar da higiene?

Há moradias assistidas públicas e privadas disponíveis no Brasil. É importante que os pais e cuidadores visitem o local para checar se é seguro, se oferece atividades voltadas para o convívio social, saúde física e mental.

É fundamental que o autista more em um local que o ajude com suas limitações, problemas de comunicação e linguagem, dificuldades motoras e cognitivas.

As moradias assistidas devem ser bem localizadas, em um bairro residencial e de fácil acesso aos serviços necessários para o bem-estar dos autistas.

A equipe de cuidadores precisa estimular a pessoa com o TEA a ser independente para realizar suas tarefas do dia a dia.

É preciso ter em mente que o propósito das moradias assistidas é construir a ideia e o sentimento de lar, evitando o processo de institucionalização, ou seja, o autista precisa se sentir acolhido.

É fundamental que o morador veja como um local onde conseguirá exercer sua cidadania e sua independência como a sua própria casa. O propósito é oferecer uma moradia digna e humana.

WhatsApp
Facebook
Pinterest
Telegram
Twitter
Patrocinado

Você irá ler neste artigo

Quem leu gostou do artigo!!!
Quem leu gostou do artigo!!!
Picture of Dra. Fabiele Russo

Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.