Educação física e seu papel no autismo

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A educação física é mais uma ferramenta que pode auxiliar no desenvolvimento de habilidades na criança com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), em especial, no que cabe às aptidões sociais e motoras.

Ela contribui com a melhora do condicionamento físico e saúde de seus praticantes. Inclusive, essa é uma das disciplinas que integra a grade curricular de grande parte das escolas de ensino do País.

Assim como o organismo é nutrido pela alimentação, o corpo (músculos e etc.) é fortalecido por meio de atividades, como fazer algum esporte, dançar, correr, nadar, andar.

No caso de crianças com TEA, exercícios podem contribuir para vencer as fragilidades que apresentam no equilíbrio, coordenação, flexibilidade e planejamento motor. A ausência de atividade física na rotina do autista pode impactar na sua autonomia para realizar tarefas como caminhar, virar-se, vestir uma roupa.

Como benefícios ainda é possível citar melhora na resistência, força, flexibilidade, manutenção e perda de peso. Já no aspecto comportamental, pode se observar redução de movimentos estereotipados do autista, bem como diminuição de comportamentos agressivos.

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Da mesma maneira que o profissional de qualquer outra disciplina escolar educativa deve se empenhar em ser um facilitador para que a criança no espectro possa acompanhar/assimilar os ensinamentos que lhe são propostas, o educador físico deve atuar no campo da saúde física, instruindo e acompanhando o autista, de maneira inclusiva. (confiram também a reportagem “Aprendizagem escolar dos autistas – ensino fundamental e ensino médio: como vencer desafios”)

O educador físico é o profissional qualificado que poderá oferecer o suporte necessário para que haja o melhor aproveitamento possível de cada atividade.

O educador (dentro ou fora do ambiente escolar) poderá auxiliar na escolha e frequência ideal do exercício que melhor se enquadra no perfil do autista, levando em conta suas aptidões e limitações e fornecer orientação física ou verbal para conduzir o treinamento. Inclusive, alguns estudos brasileiros conceituam como atividade física ou esportiva inclusiva aquela que leva em conta essas especificidades do TEA.

Lembre-se: praticar exercícios regularmente, desde a infância – seja ela da criança que está no espectro ou não (neurotípica), contribui para alcançar saúde e qualidade de vida, reduzindo o risco de doenças como obesidade, hipertensão, diabetes e depressão, entre outras.

Leia também:

Educação no Autismo: aprendizado como ferramenta

Referências:

Sports, Exercise, and the Benefits of Physical Activity for Individuals with Autism. Autism Speaks. February 19, 2009. Disponível em https://www.autismspeaks.org/science/science-news/sports-exercise-and-benefits-physical-activity-individuals-autism Acessado em 22 de dezembro de 2017.

Lang R, Koegel LK, Ashbaugh K, Regester A, Ence W, Smith W. Physical exercise and individuals with autism spectrum disorders: A systematic review. Research in Autism Spectrum Disorders. 2010;4:565-576. Disponível em < http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1750946710000073> Acessado em 21 de dezembro de 2017.

AGUIAR, João Serapião; DUARTE, Édison. Educação Inclusiva: um estudo na área da Educação Física. Rev. Bras. Ed. Esp. Marília, Mai/Ago de 2005, v.11, n.2, p.223-240. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbee/v11n2/v11n2a5.pdf  Acesso em 21 de dezembro de 2017.

RODRIGUES, D. A educação física perante a educação inclusiva: reflexões conceptuais e metodológicas. Boletim da Sociedade Portuguesa de Educação. Disponível em http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3649/2515  Acessado em 21 de dezembro de 2017.

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Dra. Fabiele Russo

Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.