É possível sair do espectro do autismo?

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Hoje vamos falar sobre um assunto bastante polêmico: É possível sair do espectro do autismo?

Há muita discussão sobre esse assunto e alguns pesquisadores discordam sobre isso enquanto outros grupos de pesquisadores e médicos acreditam que sim é possível sair do espectro em alguns casos (Cerca de 3% a 5% das crianças evoluem tanto que conseguem “sair do espectro”).

Estar dentro do espectro do autismo geralmente se refere ao conjunto específico de dificuldades comportamentais e de desenvolvimento. Receber um diagnóstico de TEA significa que as habilidades de comunicação e sociais são afetadas de alguma forma.

Primeiramente, é preciso deixar claro que o Transtorno do Espectro do Autismo não tem cura, pois ele não é considerado uma doença. Mas há casos de pessoas com TEA que após terem o diagnóstico correto e uma intervenção adequada diminuem muito os sintomas de autismo e levam uma vida normal, claro que com algumas limitações que podem ser trabalhadas ao longo da vida.

É muito importante esclarecer que o TEA é uma condição crônica, ou seja, quem tem o Transtorno provavelmente se manterá nele por toda sua vida. O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento que vem desde a formação da criança durante a gestação.

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O que não quer dizer necessariamente que a pessoa com autismo vai conviver com os mesmos sintomas para sempre.  Há vários estudos científicos que mostram que as intervenções terapêuticas precoces reduzem ou até mesmo suprem as deficiências e limitações do espectro.

Por isso, quem tem o TEA ao ser estimulado corretamente e ter o apoio terapêutico adequado para sua condição pode deixar algumas características limitantes para trás. O que não quer dizer que ele tenha deixado de ser autista. Mas, os sintomas do autismo não vão mais prejudicar sua vida acadêmica, interação social e os relacionamentos, pois se tornam mais brandos.

Vou dar alguns exemplos para ficar mais claro. Com a intervenção precoce e acompanhamento profissional, as pessoas com autismo são estimuladas a realizar atividades do dia a dia. Logo, poderão diminuir as estereotipias, conviver em ambientes com ruídos e luzes que antes não conseguiam, podem passar a realizar sua higiene pessoal sem auxílio, por exemplo.

E quem ver de fora, pessoas que não sabem do histórico ou não convivem, podem não perceber que a pessoa é autista. Pois com o desenvolvimento do indivíduo, os sintomas vão ficando praticamente imperceptíveis.

Há alguns testes de diagnóstico padrão que são realizados nas pessoas com autismo para avaliar o nível dos sintomas e se ocorreu evolução. É importante que os autistas tenham esse acompanhamento constante com profissionais para que possa assim avaliar os resultados das intervenções terapêuticas.

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Esses testes envolvem a análise do comportamento das crianças para identificar as características do espectro e há uma pontuação que avalia se a pessoa está ou não dentro do espectro do autismo e qual o grau do autismo.

Esses testes medem comportamentos com determinados números e somam no final. A partir dessa soma eles dizem se a criança atinge uma determinada pontuação. Se sim, ela atinge, então ela esta dentro do espectro e se não atinge está fora.

Se a pessoa que antes atingiu esta pontuação mas ela apresentou uma boa trajetória de desenvolvimento devido as intervenções terapêuticas e agora está fora desta pontuação ela é considerada “fora do espectro”. Mas isso não significa que está pessoa não carrega outras dificuldades e que não precise de apoio em algum momento da vida. Isso não significa que pessoa deixou de ser autista.

A pessoa com autismo pode evoluir muito, conseguir interagir, se comunicar e seguir com a sua rotina diária sem as limitações do espectro. Mas, o que queremos esclarecer é a importância da informação correta.

Os pais devem tomar muito cuidado com as falsas esperanças, pois ninguém deixa de ser autista. Após o diagnóstico e tratamento, há a evolução, mas o histórico do Transtorno do Espectro do Autismo ainda permanece e podem persistir algumas dificuldades que precisarão ser trabalhadas.

Por isso procure sempre se informar com os especialistas e busque as informações confiáveis.

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.