Dificuldades de escrita – Você já ouviu falar em grafomotricidade? Apesar da palavra, decerto, complicada, a grafomotricidade é, a expressão gráfica da criança.
Ela está ligada a um conjunto de funções neurológicas e musculares que possibilitam que a criança realize os movimentos motores na escrita e em outros registros gráficos.
Não é novidade que as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo podem encontrar dificuldade para desenvolver a psicomotricidade fina.
Por isso, é comum que isso afete a escrita e a aprendizagem.
A escrita se torna um desafio para os autistas porque envolve coordenação, força muscular, planejamento motor, habilidades de linguagem, bem como, organização e questões sensoriais.
A coordenação motora fina é responsável pelos movimentos realizados pelas mãos e dedos.
Esse desenvolvimento é de grande relevância para a escrita e necessita que a criança tenha boa tonicidade muscular nos membros superiores e inferiores.
Muitas atividades podem ser realizadas para melhorar e trabalhar a consciência corporal.
Seguem alguns exemplos: dobrar papel, carimbar, fazer colagem, recortar com tesoura sem ponta, ligar pontos, desenhar, modelar massinha, abotoar e desabotoar, abrir e fechar zíper ou velcro e amarrar cadarços.
Além disso, a criança pode ser acompanhada por um terapeuta ocupacional.
Assim, ele poderá passar exercícios específicos para aumentar o tônus muscular.
A escola também precisa, sem dúvida, contribuir e dar todo o suporte necessário para o aluno autista.
É importante destacar que as crianças com idade até os três anos não devem ser forçadas ou exigir que elas sigam um padrão.
O seu desenvolvimento grafomotor deve ser mais livre e ela pode se sentir à vontade para explorar as atividades, desenhar livremente e manipular objetos da forma que quiser.
Após essa fase, os educadores costumam introduzir atividades como desenhos e grafia para estimular as habilidades motoras.
A importância da psicomotricidade
A coordenação motora fina é, de fato, fundamental para aprimorar a grafomotricidade da criança.
Para isso, é importante trabalhar a consciência corporal do autista.
Sobretudo, a psicomotricidade ocupa papel fundamental no desenvolvimento do processo da alfabetização do autista.
Ela é a ciência que estuda o ser humano por meio de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.
As atividades psicomotoras permitem à criança, primordialmente, conhecer o seu próprio corpo e dominar a gesto da escrita.
Lembrando que para uma pessoa com o TEA escrever pode ser cansativo e exigir muita paciência dos pais e professores.
Parece fácil, mas exige, entretanto, que o autista se posicione corretamente, pegue o lápis e a folha ou caderno da forma correta.
E também use a coordenação motora fina para realizar um traçado regular, além dos sentidos e memória.
Para que tudo isso aconteça, com toda a certeza, há várias partes do cérebro se comunicando adequadamente.
No caso dos autistas, no entanto, todo esse processo pode ser mais complexo e levar mais tempo para que a criança aprenda a escrever e a ler.
Disgrafia
Também é bastante comum que os autistas apresentem disgrafia, que é uma dificuldade de escrever coerentemente, independentemente da capacidade de ler.
Eles fazem letras de tamanho inadequado e espaçadas, ou escrevem palavras erradas ou mal escritas, apesar de serem instruídas adequadamente.
Nas crianças, o distúrbio geralmente surge quando eles são introduzidos pela primeira vez na escrita.
Alguns sintomas são:
- dificuldade em usar a escrita como ferramenta de comunicação;
- aperto do lápis de forma estranha;
- muitos erros de ortografia;
dor ao escrever; - diminuição ou aumento da velocidade de escrita e cópia;
- falar sozinho enquanto escreve.
Também apresentam relutância ou se recusam a concluir tarefas que envolvem qualquer tipo de redação.
Referências:
https://www.time4learning.com/homeschooling/special-needs/autism/writing-strategies.html