Diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

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Hoje vamos falar sobre o diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e suas consequências na vida adulta.

Sempre falamos que o diagnóstico precoce de autismo contribui muito para aumentar a qualidade de vida e também faz com que as crianças com autismo tenham o tratamento adequado e sejam estimuladas desde cedo.

Mas, embora o autismo seja na maioria das vezes diagnosticado na infância, um número crescente de adultos está descobrindo que também têm o Transtorno. Infelizmente, nem todo mundo recebe um diagnóstico logo na primeira infância. Isso acontece principalmente com aquelas pessoas que tem um autismo de grau leve.

Por isso, muitos convivem com o autismo por décadas sem saber que está dentro do espectro.  Isso ocorre porque eles não apresentam dificuldades de aprendizagem que muitas pessoas autistas possuem, como atrasos de linguagem, por exemplo, mas podem ter dificuldades específicas de interação social e no comportamento.

É comum que algumas pessoas só venham a descobrir que fazem parte do espectro na fase adulta e tenham passado a vida toda se sentindo mal, sem se enquadrar nos padrões da sociedade, com dificuldades de se relacionar com as pessoas e até mesmo sendo julgada por seus comportamentos e acabavam se isolando ou sendo isolados.  O diagnóstico pode ajudar a pessoa a entender por que ela está tendo essas dificuldades e pode ajudar também a lidar com algumas situações do dia a dia.

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Sabemos que quanto mais cedo uma condição é detectada, mais rapidamente a intervenção pode começar e melhor será o resultado. Por isso, quem recebe um diagnóstico tardio de autismo pode ter a vida impactada por anos. O desenvolvimento é bastante afetado assim como a convivência social na escola e familiar.

As pessoas com TEA sem um diagnóstico podem sofrer bullying nas escolas pela falta de compreensão do transtorno. Em alguns casos, essas pessoas podem desenvolver depressão e outros transtornos mentais como a ansiedade. Isso porque elas percebem que são diferentes das outras pessoas e são muito criticadas e cobradas.

Alguns adultos que receberam o diagnóstico tardio encontram maneiras de lidar e se tornam resilientes diante da discriminação e dos estereótipos. Mas alguns enfrentam batalhas diárias e ao longo da vida para lidar com o seu dia a dia. Elas também podem encontrar dificuldades como conseguir um emprego, conhecer novas pessoas e manter as relações pessoais como amizades ou relacionamentos amorosos.

Os sintomas em adultos costumam ser: dificuldade de interação social, são mais introspectivos, preferem ficar em casa, são antissociais e sentem dificuldades nas relações, na comunicação, apresentam hiperfoco em algumas áreas de interesse ou manias e dificuldades nas mudanças de rotina. Geralmente, essas pessoas são diagnosticadas quando procuram ajuda para os filhos, primos ou irmão, pois eles apresentam os mesmos sintomas e o diagnóstico fica mais evidente.

Como o autismo não apresenta sinais físicos aparentes e não há exames de imagens ou de sangue que possa detectá-lo, é importante se atentar para os sinais logo nos primeiros anos de vida.

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Receber um diagnóstico, mesmo que tardio, pode ser um alívio. É a partir desse momento que a pessoa com o transtorno passa a ter apoio, cuidados necessários e o principal, a compreensão da sociedade e familiares para conseguir se adaptar e viver sua vida.

Para evitar o diagnóstico tardio, é muito importante que os pais prestem atenção no desenvolvimento de seus filhos. Uma vez que os principais sintomas do Transtorno são sinais de atraso na linguagem, comunicação, interação social e interesses restritos e repetitivos.

Se você se identificar com os sintomas ou conhecer alguém que possa ter o TEA, não deixe de procurar ajuda especializada. Nunca é tarde para ter mais qualidade de vida, aprender a conviver com os sintomas do autismo, ampliar as habilidades sociais, conseguir se comunicar e o mais importante, SER FELIZ.

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.