Você já ouviu falar do Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)? Trata-se de uma condição comportamental que ocorre na infância e a criança apresenta constantes episódios de desobediência e hostilidade.
O DSM-V classifica o TOD como parte de um grupo de transtorno de conduta, disruptivos e de controle de impulsos. As crianças costumam ser birrentas e não lidam bem com a frustração.
Geralmente, os sintomas do TOD aparecem antes dos oito anos e é mais comum em meninos. Os pais e cuidadores sentem muita dificuldade em lidar com essas crianças que são desobedientes, desafiadoras e agressivas.
As razões para que surja o TOD ainda não estão claras, apesar de saber que ela está ligada a fatores genéticos e condutas familiares.
Vale destacar que o TOD é uma comorbidade que pode ser observada no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Sendo assim, a criança ou jovem pode ter ambas as condições.
Estima-se que 2% a 16% das crianças em idade escolar apresentam TOD.
Como é feito o diagnóstico?
Geralmente, são os pais e responsáveis que se atentam para os comportamentos que são bastante agressivos e impulsivos.
No entanto, o diagnóstico pode ser difícil, pois a maioria das crianças apresenta alguns dos sintomas de vez em quando, principalmente quando estão cansadas, com fome ou chateadas.
A diferença é que a criança com o TOD apresenta esses sintomas com mais frequência e persistência do que outras.
Apresentam um padrão recorrente de comportamento negativista, desafiante, desobediente, principalmente com figuras de autoridades que levam a um prejuízo na vida acadêmica, social e familiar.
Sinais do TOD
- Frequentemente discute com adultos ou figuras de autoridade;
- Costuma desafiar as regras dos adultos;
- Faz coisas deliberadamente para aborrecer a terceiros;
- Culpa os outros pelos seus próprios erros;
- Fica ofendido com facilidade;
- Fica bravo quando contrariado;
- É rancoroso e vingativo quando desafiado ou contrariado;
- Agridem verbalmente familiares;
- Responsabiliza os outros por seus erros ou mau comportamento;
- É comum que se aborreça sem motivos;
- Surtos de raiva.
Além disso, os especialistas avaliam se ela demonstra dificuldades comportamentais por pelo menos seis meses, têm problemas na escola e dificuldade para fazer amizades.
E também se seu funcionamento geral fica comprometido devido às suas atitudes desafiadoras.
Para ter um diagnóstico precoce, os pais e responsáveis devem ficar de olho nos comportamentos das crianças e buscar ajuda especializada.
Um psiquiatra infantil ou especialista em saúde mental qualificado pode diagnosticar o TOD.
Geralmente, ele conversa com os pais e professores sobre o comportamento da criança e poderá observá-la para chegar a um diagnóstico.
Formas de tratamento
Na maioria das vezes, o tratamento depende de psicoterapia comportamental e suporte escolar. O uso de medicação também pode ser indicado.
A medicação melhora a autorregulação de humor frente às frustrações. A psicoterapia deve centrar em mudanças comportamentais na família com medidas de manejo educacional.
E a escola precisa oferecer apoio, reforço e abertura para um bom diálogo, o que melhora o engajamento do aluno opositor às regras escolares e o leva a se distanciar de situações nocivas.
Não existe um tempo de tratamento ideal, depende muito de como a criança vai reagir com as intervenções.
Vale destacar que se não for tratada ou receber o apoio adequado, o quadro pode evoluir para o Transtorno de Conduta, que é uma condição mais severa que o TOD.
Nesses casos, a pessoa pode mentir para obter vantagens, entrar em lutas corporais, ser fisicamente cruéis com pessoas ou animais, destruir a propriedade alheia, praticar furto, maltratar as pessoas e cometer diversos crimes.
Por isso, é fundamental que desde cedo a criança receba ajuda e controle os seus sintomas e melhore os comportamentos com a terapia adequada.
Referências
https://childmind.org/article/what-is-odd-oppositional-defiant-disorder/
https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/oppositional-defiant-disorder