Após o diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é hora de iniciar uma nova etapa: conhecer as opções terapêuticas.
É por meio da intervenção no desenvolvimento do autista que é possível estimular seu aperfeiçoamento em diferentes competências: sociais, de linguagem, motoras, psicológicas e intelectuais. Com isso é possível reduzir impactos do TEA e ampliar a independência funcional e qualidade de vida do autista.
Entre as terapias eficazes podemos citar as Análise do comportamento aplicada (ABA), terapia ocupacional, fonoaudiologia, fisioterapia, musicoterapia e terapia farmacológica – isto é, com uso de medicamentos se necessário.
Análise do Comportamento Aplicada (ABA)
Trata-se de uma ciência sendo uma abordagem da psicologia comportamental que trabalha para alterar sistematicamente comportamento da pessoa com autismo, incentivando comportamentos positivos, a interação com outras pessoas, ensinando novas habilidades, ampliando a motivação para aprender, entre outros.
Terapia de fala
Tem por objetivo trabalhar a capacidade de interação do autista com as pessoas por meio do aperfeiçoamento da linguagem falada (verbal), o que possibilita expressar necessidades e vontades com autonomia. Costuma ser aplicada por um fonoaudiólogo, que deve atuar preferencialmente em conjunto com demais profissionais e familiares.
Vale destacar que alguns indivíduos com TEA são não verbais e incapazes de desenvolver habilidades de comunicação verbal. Neste caso passa a ser desenvolvido o uso de gestos, linguagem de sinais e programas de comunicação de imagens como meios de estabelecer comunicação eficaz.
Terapia Ocupacional (TO)
Focada no aspecto motor do autista, para habilitá-lo a exercer atividades de vida diária básicas como vestir, escrever, usar uma tesoura, entre outros. A TO trabalha também na integração de atividades em seu dia a dia que satisfazem suas necessidades sensoriais e reduz o excesso ou a falta de estímulo. Quando bem trabalhada, permite autonomia tanto ao indivíduo com TEA quanto pessoas de seu convívio, como familiares.
Fisioterapia
Também aperfeiçoa habilidades motoras e auxilia a lidar com aspectos sensoriais, principalmente em relação à percepção do seu corpo no espaço. Basicamente, trabalhará as habilidades motoras bruta, tônus muscular, marcha, planejamento motor, no equilíbrio, o que possibilitará melhorar o andar, sentar, coordenar etc.
Farmacológica
Aplicada alinhada às demais terapêuticas. Cada caso será analisado pelo médico que acompanha o autista que deverá acompanhar todo o processo medicamentoso para analisar eficácia. Quando necessário, auxilia a controlar irritabilidade e comportamentos agressivos. Além disso, o uso de medicamentos pode ser indicados para as comorbidades.
Há ainda terapêuticas ditas alternativas (complementares) que NÃO possuem comprovação científica de eficácia. Caso você tenha conhecimento de alguma delas, converse sobre isso com o médico e equipe de profissionais que acompanha o caso. Muitas ainda estão no âmbito da pesquisa e não devem ser utilizadas, como por exemplo a terapia celular – que usa células-tronco como ferramenta terapêutica.
A prática de exercícios físicos também tem demonstrado resultados positivos, quando integrada às demais terapêuticas.
Atenção
Todo este conjunto de condutas terapêuticas para a manutenção e promoção da qualidade de vida da pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo só será eficaz se não estiver restrito apenas à responsabilidade da equipe multidisciplinar que o acompanha. É fundamental que a família e demais pessoas que convivem com o autista estejam integradas e interagindo em sinergia em prol do desenvolvimento de seu familiar ou amigo.
Encorajar o autista a seguir em frente por meio do estímulo ao melhor desempenho de suas habilidades, respeitando suas particularidades e limitações, é o caminho mais promissor para o êxito no tratamento.
Referências
Autism Science Foundation
Autism Spectrum Disorders: Guide to Evidence-based Interventions – The Missouri Autism Guidelines Initiative