O autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento que traz dificuldades nas habilidades de interação e comunicação social e no comportamento. Existem três níveis diferentes de autismo, caracterizados como níveis 1, 2 e 3, que variam de leve a grave.
Portanto, no caso do autismo leve (nível 1), os sintomas podem ser mais brandos, o que pode dificultar o diagnóstico.
É importante ficar atento aos sinais e procurar ajuda especializada. É comum que os pais não consigam diferenciar o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) ou se o filho é uma pessoa introspectiva, ou seja, quando a criança é mais fechada e tímida.
Por isso, geralmente o diagnóstico do autismo nível 1 ocorre bem mais tarde, muitas vezes apenas na fase adulta.
Pessoas com autismo nível 1 (“leve”) geralmente conseguem se comunicar, estudar, trabalhar e lidar com atividades comuns do dia a dia, como atividade de autocuidado. Eles podem viver de forma independente e normalmente como qualquer outra pessoa, muitas vezes, sem precisar de ajuda. Todas essas questões dificultam o diagnóstico dos adultos.
Sinais do autismo nível 1
Veja, a seguir, alguns sinais do autismo nível 1:
- Interesse diminuído em interações ou atividades sociais;
- Dificuldade em conversar com uma pessoa;
- Dificuldade na comunicação não verbal (entender gestos e expressões);
- Dificuldade em se adaptar a mudanças na rotina ou no comportamento;
- Dificuldade em se planejar ou se organizar;
- Pouco contato visual;
- Linguagem verbal fluida, mas de forma mecânica;
- Estereotipias e repetições;
- Apego demasiado a um determinado objeto.
Que especialista procurar?
É importante destacar que o diagnóstico do autismo é clinico, ou seja, não há um exame específico que determine se a pessoa tem o Transtorno. Por isso, notar os sintomas é fundamental para ter um diagnóstico precoce.
É bastante comum que o pediatra realize o diagnóstico do autismo, pois ele é o responsável pelo acompanhamento das crianças desde os primeiros dias de vida.
E quanto antes for realizado o diagnóstico, mais rapidamente vão começar as intervenções precoces para que a criança seja estimulada e melhore as suas habilidades e se desenvolva.
A criança pode ser encaminhada para um neuropediatra (neurologia infantil) ou psiquiatra infantil. Esses profissionais conseguem realizar um diagnóstico por meio dos sintomas e escalas de avaliações. No consultório médico, os responsáveis pela criança precisam falar sobre os comportamentos e detalhar tudo o que perceberam de diferente na rotina, abrangendo a vida familiar, escolar e social.
Depois da confirmação do diagnóstico, o autista e sua família recebe a indicação de abordagens terapêuticas, que geralmente contam com uma equipe de multiprofissionais.
Pessoas com autismo de nível 1 ou leve geralmente mantêm a qualidade de vida com pouco apoio. Esse suporte geralmente ocorre na forma de terapia comportamental ou outros tipos de terapia que ajudam a melhorar as habilidades sociais e de comunicação.
A terapia comportamental ou ABA também ajuda a desenvolver comportamentos positivos que podem não ocorrer de forma natural para o autista, mas precisa ser aprendida.
No caso de adultos, é comum que descubram ao procurar ajuda psicológica ou em uma consulta com um psiquiatra. Não são raros os casos de pais que são diagnosticados com o TEA logo após os filhos serem identificados com autismo.
O impacto do diagnóstico tardio do autismo leve
Autistas com nível leve podem demorar a ter um diagnóstico. Essas pessoas passam anos se sentindo inadequados à sociedade e sofrem muito sem saber o que acontece com elas.
Geralmente, pessoas com autismo leve não apresentam deficiência intelectual ou déficit de linguagem. Os adultos autistas sem diagnóstico podem apresentar desafios e/ou restrições sensoriais ao toque, sons, luzes, texturas, sabores e, muitas vezes, são vistos pelos outros como tímidos, ingênuos, antissociais e ríspidas.
O diagnóstico correto é fundamental para que a pessoa consiga ter uma vida normal, com mais tranquilidade, lidando melhor com suas limitações e melhorando habilidades sociais.
Referências:
https://www.autismspeaks.org/autism-diagnosis-criteria-dsm5
https://www.autismawareness.com.au/could-it-be-autism/understanding-autism/