Como contribuir com o aprendizado de leitura e escrita no autismo

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Saber ler e escrever pode ser bastante difícil para as crianças. Mas, esse aprendizado é fundamental para qualquer pessoa, pois além de ser útil para o dia a dia, é fundamental para autonomia, independência e até autoestima.

No caso de pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) elas enfrentam desafios específicos em relação ao processo de aprendizagem. Já falamos que é bastante comum que as crianças com autismo apresentem dificuldades em aprender de formas tradicionais. Isso ocorre simplesmente porque seus cérebros processam as informações de maneira diferente do que o de crianças neurotípicas. E quanto antes a criança for estimulada, mais fácil será sua aprendizagem.

A escrita é um desafio para muitos estudantes autistas porque envolve coordenação, força muscular, planejamento motor, habilidades de linguagem, organização e questões sensoriais.  Por isso, podem apresentar uma caligrafia ilegível, não conseguem segurar o lápis ou a caneta e sentem dificuldade para começar a escrever.

No caso da leitura, algumas crianças com TEA não conseguem prestar atenção ou focar em algo por muito tempo, o que dificulta o aprendizado. E também há a questão dos autistas terem dificuldade em assimilar e memorizar sequências, como longas frases, números ou instruções em várias etapas. Tudo isso se torna um desafio para a compreensão de textos.

Sejam quais forem as características da criança com autismo, há técnicas que podem ajudar no aprendizado, na leitura e escrita. É possível realizar estímulos simples e estabelecer conexões com a rotina da criança para envolvê-la no processo de aprendizado. Quando se trata de ensinar crianças com autismo, a abordagem tradicional pode não funcionar – muitas delas são mais visuais, algumas dependem de sons para aprender, enquanto outras requerem técnicas de aprendizagem multissensoriais.

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Uma das situações  mais importantes que você pode fazer para ajudar uma criança autista a ler é promover o interesse na leitura. Cabe aos pais e cuidadores, incentivarem desde cedo as crianças a se interessar por livros e leitura. Sempre que possível leia uma história para a criança com TEA  e pergunte se ela gostou e entendeu o tema proposto.

Apoiar o desenvolvimento de habilidades das pessoas com TEA requer estrutura e paciência, mas o mais importante nesse processo é ter o  reconhecimento de o quanto ela evoluiu. Veja, a seguir, algumas dicas.

– Foque no interesse da criança: é comum que as crianças autistas mostrem interesse por alguma área específica. Por isso, invista em livros temáticos como brinquedos, animais, super-heróis, entre outros.

– Proporcione um bom ambiente de estudo: algumas crianças com TEA podem ser mais sensíveis aos lugares, sons, luz e até imagens. Por isso, as crianças precisam de um local adequado para estudar, sem distrações, onde possam se sentir relaxadas e confortáveis.

– Um passo de cada vez: é importante que a aprendizagem seja mais simples para os alunos no espectro. Por isso, as orientações devem ser diretas e curtas. O aprendizado deve ser realizado em várias etapas simples, sendo assim dê tempo e espaço para que a pessoa com TEA processe cada etapa.

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– Estar presente e acompanhar o desempenho escolar: os pais precisam se atentar se os filhos com TEA estão recebendo o melhor apoio dos professores e instituições de ensino. Por isso, precisam ficar de olho na metodologia utilizada, se a criança está integrada com os alunos e se suas limitações e dificuldades estão sendo atendidas. Sempre que possível participe das reuniões e converse com os responsáveis pela educação da criança com TEA. O aprendizado das crianças com TEA depende de profissionais capacitados e que podem ser de diferentes áreas como psicopedagogos, fonoaudiólogos, neuropediatras, professores, entre outros.

– Conhecer as técnicas: é importante saber quais são os métodos utilizados pelas instituições de ensino no processo de aprendizagem. A metodologia fônica, por exemplo, é um método que se mostra bastante eficaz. Consiste em focar no som das letras e não apenas no nome. Por isso, também são trabalhadas a sonorização das letras. Essa técnica costuma funcionar porque a criança passa a assimilar o som de maneira mais eficiente.

Você conhece alguém com TEA que teve dificuldade para aprender a ler e a escrever? Conte a sua história para gente!

Referências:

https://www.time4learning.com/homeschooling/special-needs/autism/writing-strategies.html

https://www.iidc.indiana.edu/pages/Teaching-Tips-for-Children-and-Adults-with-Autism

https://www.autism.org.uk/services/nas-schools/helen-allison/learning/reading%20schemes%20and%20how%20we%20teach%20students%20to%20read.aspx

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.