Como ajudar no desenvolvimento da fala em pessoas com autismo

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Alguns autistas podem falar bem e normalmente (autismo verbal) e outros não conseguem falar ou falam muito pouco (autismo não verbal). Para se ter uma ideia, estima-se que aproximadamente 40% das crianças com TEA não falam e apresentam autismo não verbal.

Vale destacar que a fala é o que permite a transmissão de sons, palavras e frases. Há autistas que não conseguem se expressar ou sequenciar os sons da fala (apraxia). Mas, conseguem compreender e até se comunicar. Outros autistas são completamente não verbais, mas encontram uma forma de se expressar com ajuda da tecnologia, por exemplo.

A importância da fala e marcos do desenvolvimento

O atraso da fala pode acarretar consequências para o processo de aprendizado, assim como para as interações sociais.  Os pais devem ficar atentos aos marcos para o desenvolvimento da fala. Por isso, se o bebê não está balbuciando, é preciso investigar.

Vale reforçar que o progresso da fala acontece por etapas. As crianças começam a balbuciar com poucos meses e no primeiro ano de vida, já falam algumas palavras simples como mamá e papá. E perto dos 18 meses, o vocabulário infantil aumenta e já é possível entender algumas palavras. Aos quatro ou cinco anos, espera-se que a fala já tenha se desenvolvido por completo.

Alguns sinais de alerta:

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  • Não balbuciam ou não emitem som a partir do terceiro mês;
  • Aos oito meses, não fala nenhuma vogal ou consoante;
  • Com 16 meses não fala nenhuma palavra;
  • Aos dois anos não combina duas palavras.

O que pode ser feito para desenvolver a fala

É importante que os pais e cuidadores procurem uma intervenção terapêutica para melhorar a comunicação e a fala da criança. Quanto mais cedo a criança receber suporte especializado, melhor será para o seu desenvolvimento e ampliação de habilidades.

As intervenções e terapias individualizadas podem ajudar a diminuir o isolamento social e contribuir com qualquer dificuldade de comunicação dos autistas.

Vale destacar que as famílias, os professores e as pessoas próximas do autista não verbal também podem ajudar no desenvolvimento da linguagem com brincadeiras e interagindo com a criança, sempre estimulando a sua fala.

Algumas ações que são efetivas incluem:

Jogos e interações

As crianças aprendem brincando, e isso inclui o aprendizado da linguagem. Tente diversos jogos para descobrir quais agradam mais seu filho ou filha. O ideal é buscar atividades lúdicas que promovam a interação social. 

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Imitação

Imitar os sons e brincadeiras que seu filho (a) faz pode encorajar sua vocalização e interação. Estimule o seu filho a imitar o que você fala também.

Concentre-se na comunicação não verbal

Gestos e contato visual podem construir uma base para a linguagem e a fala.  Use seu corpo e sua voz para se comunicar.

Dar espaço para seu filho falar

É importante dar oportunidade para a criança responder e se comunicar no seu próprio tempo.Ao fazer uma pergunta ou perceber que seu filho deseja algo, pare e preste atenção a qualquer som ou movimento corporal que ele fizer.

Use a tecnologia

Alguns dispositivos e aplicativos com imagens podem ajudar o autista a se comunicar, indicar o que quer ou está pensando. Com o tempo, ele ou ela pode se sentir estimulado a falar.

Terapia de fala

A terapia da fala e da linguagem ajuda os autistas a desenvolverem a linguagem, a fala e a comunicação verbal, não verbal. O objetivo é ajudar a pessoa a se comunicar de uma maneira mais funcional. Geralmente, começa com uma avaliação realizada por um fonoaudiólogo que determina os desafios de comunicação da pessoa. Em seguida, determina as metas para a terapia.

Entre as habilidades que a terapia de fala desenvolve podemos citar:

  • Fortalecimento dos músculos da boca, mandíbula e pescoço;
  • Realizar sons de fala mais claros;
  • Combinar emoções com a expressão facial adequada;
  • Compreender a linguagem corporal;
  • Responder perguntas;
  • Modular o tom de voz.

Você conhece algum autista que teve dificuldade de fala? Conta para a gente a sua história!

Referências:

https://www.webmd.com/brain/autism/benefits-speech-therapy-autism

https://iancommunity.org/cs/articles/speech_and_language_problems

https://www.autismspeaks.org/speech-therapy-autism

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.