Autismo e mercado de trabalho: identificando competências

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Ingressar no mercado de trabalho é um processo natural na vida do ser humano. Com a pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não é diferente, afinal, ele é parte da população e está sujeito a ter acesso às mesmas oportunidades que os demais.

O acesso do autista a um emprego está integrado ao desenvolvimento cognitivo, social e de sua independência. Ele deve preconizar um emprego em que possa desempenhar em sua rotina atividades ligadas às suas competências e aptidões. Isso o fará alcançar o melhor rendimento de suas ações, além de contribuir com o progresso de seu empregador.

Como observado em Educação no autismo: o aprendizado como ferramenta (https://neuroconecta.com.br/educacao-no-auti…-como-ferramenta/) há autistas que apresentam aptidão frente aos estímulos visuais, auditivos ou táticos e sinestésicos. Com base nestes indicadores de aprendizagem é possível avaliar em qual função ele pode se enquadrar.

A The National Autistic Society desenvolveu uma cartilha “Find Job” (Encontrar emprego – na tradução livre) que traz informações valiosas para o empregador e para a pessoa com o espectro do autismo. Inclusive há conselhos para os autistas sobre como interagir socialmente, por meio da identificação de sinais verbais e não verbais de determinadas situações.

Para proporcionar um ambiente de trabalho adequado ao autista, há cuidados que podem ser empreendidos pelas empresas, tais como proporcionar um espaço com pouco barulho, estabelecer rotinas estruturadas e designar uma pessoa para que o autista possa tirar dúvidas e estabelecer uma relação de troca de experiências, com autonomia para desempenhar suas tarefas enquanto colaborador.

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Merece destacar que as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo são eficientes em atividades ligadas à sua área de interesse e tem facilidade de concentração e para realizar atividades repetitivas, conforme dados do Escritório de Estatísticas do Trabalho nos Estados Unidos.  

Embora qualificados, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 80% dos adultos com espectro do autismo não possuam emprego. No Brasil ainda não há um rastreamento sobre o cenário de empregabilidade do autista. Segundo dados de 2016 estimados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, há 9,3 milhões de pessoas com deficiência (PCD) que se encaixam na Lei de Cotas, para 827 mil vagas abertas. É neste grupo de PCDs que está inserido o TEA.

Há no Brasil empresas que têm buscado contratar pessoas com o espectro do autismo e buscado se adequar às necessidades destes colaboradores, o que mostra haver um reconhecimento às competências destes profissionais, que superam qualquer limitação.

Curiosidade: Um exemplo do potencial da pessoa com espectro do autismo é retratado no filme “Temple Grandin” (HBO Films – 2010) – que conta a história da jovem autista e sua luta para levar uma vida normal. Ela chega à universidade, incentivada por um professor, e usa suas aptidões – que são sua sensibilidade e habilidade com os animais – para criar uma técnica que revolucionou a indústria agropecuária dos Estados Unidos.

 

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.