Atenção compartilhada e autismo

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Você já ouviu falar de atenção compartilhada? Ela acontece quando duas pessoas focam em um mesmo objeto ou dão atenção para uma mesma conversa, por exemplo.

Essa atenção pode ocorrer por meio do olhar, gestos ou quando alguém aponta ou indica algo, além de palavras.

A atenção compartilhada contribui com a comunicação e a aprendizagem. No entanto, vale destacar que alguns autistas podem ter dificuldades para conseguir se comunicar dessa forma.

Os pais e cuidadores podem perceber logo no início essa dificuldade. Quando crianças, os autistas podem ter comportamentos atípicos e não conseguir focar em um jogo ou solicitar um brinquedo.

Geralmente, também não conseguem esticar o braço para ir ao colo ou dar atenção a um livro.

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Isso porque para ter essa atenção compartilhada é preciso ocorrer uma interação social, contato visual e o compartilhamento de emoções e experiências.

E como sabemos as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo necessitam de ajuda para desenvolver essas habilidades.

Por que é importante?

Os especialistas em desenvolvimento dividem a atenção compartilhada em três níveis que vão ficando cada vez mais complexos conforme os bebês crescem. Por meio da atenção compartilhada a criança consegue desenvolver suas habilidades cognitivas e de interação com o mundo.

– Atenção Compartilhada Focada: ocorre entre os três e seis meses. Nessa fase, tanto o adulto quanto a criança olham para o mesmo objeto, mas sem executar uma interação.

– Atenção Compartilhada Diádica: pais e cuidadores e seus filhos passam a usar gestos, expressões faciais e palavras enquanto se concentram em um objeto. Essa atitude é importante para o desenvolvimento da imitação facial e as primeiras interações.

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– Atenção Compartilhada Triádica: nessa fase, a criança já tem habilidades cognitivas e linguísticas. Assim, tanto os pais quanto o filho interagem com o objeto e sabem que estão envolvidos na interação e conseguem se comunicar.

Como saber que meu filho não consegue compartilhar sua atenção?

Por meio das atitudes e comportamentos é possível perceber. Veja abaixo alguns sinais que podem indicar a dificuldade para ter uma atenção compartilhada:

  • Não entendem a função do contato visual e não olham para as pessoas;
  • Não compartilham o interesse com os colegas e pais;
  • Não se interessa por brinquedos e não mostram para os pais quando está brincando;
  • Não acompanham com o olhar os movimentos de um carro ou de pessoas;
  • Não faz desenhos ou mostra os rabiscos;
  • Não busca atenção dos pais e familiares.

O que pode ser feito para melhorar a atenção compartilhada?  

É importante buscar uma intervenção precoce como a ciência ABA para que ele/ela aprenda essa habilidade.

As crianças precisam entender a função do contato visual e sejam incentivados a olhar para as pessoas. 

Algumas brincadeiras e diversos brinquedos podem contribuir para desenvolver a atenção compartilhada.

Vale incentivar a criança a desviar a atenção do que está brincando para o que você tem nas mãos, por exemplo.

É importante usar um tom de voz animado, gestos e expressões faciais para ajudar a estabelecer uma atenção compartilhada.

Inclua a atenção compartilhada no dia a dia  durante tarefas como escovar os dentes ou na hora do banho e das refeições.

Também é importante sempre que o autista demonstrar interesse por um objeto que os pais e as pessoas próximas imitem o interesse dele. Se ele for envolvido na atividade, poderá repetir em breve.

Não se esqueça de elogiar a pessoa com autismo ao responder as tentativas de atenção compartilhada. Isso vai incentivá-lo bastante a entender que está realizando um comportamento adequado.

Referências:

https://growingearlyminds.org.au/tips/joint-attention/

https://www.spectrumnews.org/news/clinical-research-joint-attention-can-predict-autism-outcome/

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.