A importância do treinamento parental no desenvolvimento das crianças com TEA

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Mesmo quando planejado, um filho ou filha muda completamente a vida dos pais. Quando a criança tem Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), os desafios são ainda maiores.

Geralmente, crianças com TEA  apresentam problemas comportamentais, dificuldades na comunicação e interação social, muitas vezes apresentam dificuldades para ter uma alimentação saudável e distúrbios do sono.

Por conta disso, os pais e responsáveis tendem a sofrer de estresse parental (burnout). No entanto, os pais e cuidadores são fundamentais para que a criança e jovem autista se desenvolva e tenha qualidade de vida. Muitas vezes, são indicadas intervenções para melhorar as habilidades sociais e o comportamento do autista.

Entre elas, podemos citar o treinamento parental. Trata-se de uma prática baseada em evidências que tem o intuito de sistematizar o repertório comportamental emitido pelos pais quanto ao manejo do comportamento dos filhos.

Basicamente, é um conjunto de orientações realizadas pelo terapeuta em sessões com os pais, responsáveis ou cuidadores.

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Essas sessões podem ser focadas em comportamento, comunicação, psicoeducação ou para fatores específicos como problemas relacionados ao sono, alimentação ou rotinas individuais.

Como funciona o treinamento parental?

O primeiro passo é realizar uma entrevista com os pais e responsáveis para identificar quais são as necessidades do autista e melhores estratégias, de forma individual.

Ao aplicar a estratégia, os pais recebem um feedback sobre o seu desempenho ou o que precisa melhorar.

Muitas vezes, os pais recebem exemplos de como ajudar a desenvolver diferentes habilidades dentro de casa.

Além disso, aprendem a contribuir com a melhora das habilidades sociais, de conversação e linguagem espontânea.

Também recebem orientações para melhorar as habilidades de atenção compartilhada e a lidar melhor com os problemas com alimentação e rotina.

Além disso, treinam como agir para diminuir os comportamentos inadequados ou agressivos.

Quais são as vantagens do treinamento parental?

Os pais que realizam treinamento parental geralmente compreendem melhor as dificuldades de seus filhos, assim como limitações.

Além de entender como eles processam o mundo, dão mais apoio e tendem a ser mais gentil na educação e manejo de comportamentos.

Outro benefício é que as estratégias eficazes baseadas em princípios comportamentais podem reduzir a necessidade de seu filho usar medicamentos.

Isso porque os pais aprendem maneiras de interagir com seus filhos e modificar o ambiente, praticar o reforço e outras técnicas que podem reduzir comportamentos inadequados como agressão, hiperatividade e sobrecarga sensorial.

O treinamento parental é muito usado na terapia ABA e ajuda a influenciar os comportamentos da criança e seu aprendizado e desenvolvimento.

Com a orientação de um profissional capacitado, os pais podem fazer uma grande diferença na vida de seus filhos.

Eles podem incorporar estratégias eficazes de mudança de comportamento nas experiências cotidianas, o que terá um impacto duradouro e positivo na vida da criança nos próximos anos.

Vale destacar que toda família que recebe o diagnóstico de TEA deve procurar por profissionais especializados e que possam oferecer intervenções baseadas em evidências como o treinamento parental.

Quando devo procurar treinamento parental?

Geralmente, o treinamento parental é indicado para pais de crianças com desenvolvimento atípico. Assim, eles aprendem as características gerais do TEA e a equilibrar expectativas quanto ao desenvolvimento da criança.

Também é fundamental para aumentar habilidades sociais, ajudando a criança a se comunicar melhor, a interagir e a diminuir comportamentos desafiadores.

Referências:

https://bmcpsychiatry.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12888-020-02973-7

https://behavioral-innovations.com/blog/importance-of-parent-training-aba-therapy/

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Dra. Fabiele Russo

Dra. Fabiele Russo

Neurocientista especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Cofundadora da NeuroConecta.