Equipe pedagógica: saiba a importância para o desenvolvimento do autista

Você já parou para pensar na importância da equipe pedagógica no âmbito escolar? É muito comum pensar que a escola é formada apenas pelos professores e diretores.

No entanto, para que uma escola funcione ela precisa de uma equipe pedagógica capacitada. A equipe pedagógica é responsável pela coordenação das ações didáticas e pedagógicas que acontecem na escola.

Cabe a ela, ajudar a desempenhar da melhor maneira o processo de ensino. E também garantir que os professores estejam capacitados para atuar na escola.

A equipe pedagógica é formada por diretores, coordenadores e pedagogos e garante que o ensino ocorra adequadamente, dando suporte para professores e funcionários, além dos alunos.

Portanto, o objetivo é garantir o sucesso escolar dos alunos. Para isso, realiza planejamentos detalhados, investe na formação do corpo docente e em materiais didáticos de qualidade.

Além de coordenar ações com reformas no espaço para garantir a acessibilidade e melhorar a convivência entre os alunos.

Por que a equipe pedagógica é importante para os autistas?

Uma das principais funções da equipe pedagógica é fazer planejamentos e promover a inclusão dos alunos com autismo.

Portanto, vale destacar que a inclusão é garantir que o aluno se envolva nas atividades dentro da sala de aula e tenha uma experiência de qualidade.  Além de desenvolver suas habilidades, participar da rotina da escola, aprender e brincar com outras crianças.

O aluno necessita fazer parte da turma, interagir com os colegas e professores, compreender o conteúdo das aulas e se desenvolver de acordo com suas limitações e particularidades.

Para isso ser possível é importante que ocorra uma grande parceria entre os pais, a escola e os profissionais envolvidos na educação dessa criança.

Uma vez que o aluno com autismo tem necessidades especiais além dos acadêmicos, seu plano educacional é definido por um Programa de Educação Individualizado (PEI).

A equipe pedagógica também é responsável pela criação de materiais didáticos adaptados. Isso é necessário porque muitos autistas sentem dificuldade de aprender da forma tradicional, outros conseguem acompanhar a turma, mas muitos não.

Ter esse apoio pedagógico é muito importante no processo de aprendizagem. É importante destacar que a adaptação de materiais didáticos deve ser feita de acordo com o repertório comportamental da criança e deve atender a necessidade individual.

Os profissionais de educação devem desenvolver um conteúdo que atraia os alunos autistas e eles também devem ser estimulados a interagir e ter vontade de fazer determinada atividade.

A equipe pedagógica realiza reuniões frequentes com os professores para saber como está a evolução do aprendizado do aluno autista. Além disso, permite e viabiliza que sejam realizadas modificações no conteúdo das disciplinas, altera o formato das aulas, exploram novos ambientes e usam estratégias de ensino diferenciadas.

A escolha da escola e o papel dos pais

Os pais precisam ficar atentos na hora de escolher a escola do filho, principalmente quando ele tem um transtorno de desenvolvimento e dificuldades de interação. É preciso conhecer melhor a equipe pedagógica, o ambiente escolar e os professores.

Sabemos que escolher uma boa escola que atenda todos esses requisitos pode ser bastante difícil, mas é fundamental para que essa inclusão ocorra.

Para que o autista se desenvolva e aprenda é fundamental que ocorra uma relação baseada em cooperação e apoio mútuo entre pais e equipe pedagógica.

É importante participar das reuniões e buscar ajuda sempre que surgir alguma dúvida sobre o processo pedagógico e dificuldades do filho ou filha.

Para que tudo isso seja eficaz, os pais precisam encontrar uma instituição de ensino que ofereça recursos de apoio, profissionais capacitados e que respeite o ritmo da aprendizagem da criança.

Conhecer a equipe pedagógica e as ações realizadas é fundamental para contribuir com o ensino do autista.

Vale destacar que a escola não pode se recusar a matricular o aluno com TEA. Se isso ocorrer, ela está cometendo um crime.

O aluno autista tem o direito de aprender, desenvolver suas potencialidades e participar em igualdade de condições com outros alunos.

Os pais e cuidadores devem estabelecer espaços de diálogo que viabilizem a participação ativa de todos os envolvidos – professores comuns, professores do atendimento educacional especializado (AEE), coordenador pedagógico, diretor, auxiliares de limpeza, merendeiros, entre outros.

Essa é a melhor forma de atingir os objetivos de aprendizagem e garantir a inclusão do autista e a convivência com outros alunos.

Referências

https://www.autismspeaks.org/tool-kit-excerpt/team-approach-educating-students-autism

https://www.autismspeaks.org/teachers-and-administrators

https://www.education.vic.gov.au/school/teachers/learningneeds/Pages/eduprofessionals.aspx

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista, especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Pesquisadora na área do TEA há mais de 10 anos. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou 4 Pós-doutorados pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.