O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é mais comum na sociedade do que grande parte da população pode imaginar. Estima-se que o autismo atinge cerca de 2% da população, 160 milhões de pessoas no mundo, sendo mais de 4 milhões somente no Brasil. Se há tanta representatividade, por que famílias ainda encontram dificuldade para integrar as crianças autistas à comunidade?
Um levantamento feito pela The National Autistic Society (NAS), divulgado em 2016, que contou com mais de 7 mil pessoas, revelou que 79% dos autistas e 70% dos familiares sentem-se socialmente isolados. Há quem relate que as pessoas chegam a olhar com reprovação para a criança ou adulto.
Um dos primeiros passos para quebrar estigmas é falar sobre o TEA na comunidade, a começar pelas instituições de ensino, que devem estar preparadas para receber e desenvolver crianças autistas. Campanhas organizadas pela sociedade civil e órgãos governamentais também contribuem para extinguir preconceitos.
É preciso falar sobre isso. Deve-se compreender, conforme indica a NAS, que o autismo não afeta apenas as crianças. Elas crescerão e se transformarão em adultos autistas. Este aspecto torna ainda mais importante prepará-las para conviver em sociedade, com autonomia e independência, mesmo se estiverem sob olhares de estranheza da população que a cerca, seja na infância, adolescência, vida adulta ou velhice.
Diante deste cenário, estimular a criança ao convívio com outras pessoas ainda no âmbito familiar auxilia no processo. Estabelecer regras para que ao ingressar numa comunidade possa estar sujeito àquelas de controle social. Compreender, conversar, desenvolver por meio de ações terapêuticas são fundamentais.
Quanto mais for instigada a confiança na capacidade da criança mais se poderá reduzir fragilidades na interação social. Prepará-las para possíveis frustrações por meio de respostas negativas às solicitações também é um meio de auxiliar a criança.
Outro ponto importante é compreender quando haverá alguma mudança na rotina do autista. Seja ingressar em uma escola ou uma viagem. Pais e responsáveis, juntamente com a equipe multidisciplinar, devem analisar com quais desafios o autista poderá se deparar. Conversar com as pessoas que o receberão e compartilhar as especificidades de linguagem que podem ser utilizadas, assim como atitudes que facilitem a conexão com o novo ambiente, facilitará a convivência em sociedade.
Referências:
The National Autistic Society (NAS)