Cuidar de um adulto com autismo pode ser um grande desafio. Principalmente se eles apresentarem alguns comportamentos problema como por exemplo, a agressividade.
É bastante comum que crianças, adolescentes e adultos com o TEA apresentem comportamentos agressivos em algum momento da vida.
Por isso, podem ameaçar familiares ou pessoas próximas e até mesmo ofender. Em casos mais extremos, podem machucar fisicamente, bater, morder ou atirar objetos em outra pessoa.
As pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) podem usar esse comportamento agressivo como uma maneira de chamar a atenção para obter algo que eles querem ou para deixar de fazer algo.
Há também casos de pessoas com o TEA que ficam ansiosos com ambientes barulhentos e superestimulantes e reagem de forma agressiva.
Como evitar a crise?
Algumas atitudes podem ajudar a acalmar ou evitar a crise de raiva do autista. É importante se manter o mais calmo possível e tentar distrair a pessoa com o TEA do motivo que causou a raiva ou ansiedade. Pessoas com autismo gostam de seguir uma rotina.
Ter uma rotina faz com que se sintam seguros e confortáveis. No entanto, quando há uma mudança no que foi planejado, eles se sentem angustiados e reagir com problemas de comportamentos como a agressividade.
É importante lembrar que os adultos com autismo também sentem fome, sede, dores e cansaço. Mas, mesmo mais velhos ainda podem ter dificuldades de distinguir todos os sintomas e não entendem a razão pela qual estão desconfortáveis.
Isso também pode causar comportamentos agressivos, pois eles não são capazes de expressar suas necessidades, desejos ou desconfortos.
Entender o quanto seu filho pode se comunicar também é um passo fundamental para descobrir o que está causando o comportamento agressivo.
Quando eles não conseguem expressar sentimentos ou pedir o que precisam, podem usar um comportamento agressivo.
Além disso, também é importante manter a calma, não gritar e evitar responder de forma para repreendê-lo.
Se o comportamento agressivo do seu filho autista estiver interferindo na sua vida diária, é importante conversar com o médico para avaliar o que está acontecendo e se há outras condições que possam estar contribuindo para isso, como a depressão ou ansiedade.
O que pode ser feito?
Há algumas intervenções comportamentais que se mostraram eficazes na diminuição da agressividade em autistas.
Além disso, os pais e os cuidadores podem aprender estratégias para prevenir e diminuir esses comportamentos agressivos.
O objetivo é reforçar os comportamentos positivos e diminuir o comportamento negativo, o que pode ajudar seu filho a aprender a agir adequadamente em situações sociais.
Os pais que estão acostumados a dar às crianças autistas o que eles querem quando agem agressivamente aprendem a recompensar seus filhos apenas quando agem da forma correta.
Além disso, os cuidadores aprendem sobre os sinais de alerta que precedem o comportamento agressivo, para saber a hora de agir.
Em alguns casos, pode ser recomendado o uso de medicamentos para controlar a impulsividade e agressividades dos autistas.
Por isso, é importante ter acompanhamento médico para controlar os sintomas de irritabilidade, inquietude e agitações.
Algumas pesquisas mostram que as famílias que lidam com comportamentos agressivos lutam contra o isolamento social, além de terem preocupações com a segurança de pessoas e contam com suporte profissional limitado.
Muitos pais e cuidadores de autistas se sentem isolados e sem apoio para lidar com as crises de agressividade.
Compreender e ter conhecimento de como prevenir e acolher uma pessoa autista que está passando por uma crise de agressividade é fundamental para a qualidade de vida tanto de quem tem o TEA quanto de quem convive com ela.
Esta é a melhor forma de contornar a situação de forma segura para todos e proporcionar maior qualidade de vida.
Procure ajuda profissional para buscar formas de controlar a agressividade e entender as razões pelas quais elas são desencadeadas.
Referências:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4922773/
Home Sweet Home? Families Experiences With Aggression in Children With Autism Spectrum Disorders, disponível em:
http://foa.sagepub.com/content/early/2013/01/18/1088357612472932.abstract