Entenda o termo “autismo de alto funcionamento”

O autismo de alto funcionamento é um termo informal usado para caracterizar pessoas com autismo consideradas com “funcionalidade” em realizar atividades do dia a dia, interagir, realizar atividades como ler, escrever, falar ou tomar decisões.

É importante ressaltar que em 2013 no DSM-5, a Associação Americana de Psiquiatria agrupou todos os transtornos relacionados ao autismo em um único diagnóstico, o Transtorno do Espectro Autista, conhecido como TEA. O autismo de alto funcionamento conhecido também como Transtorno de Asperger agora faz parte do TEA de Nível 1 ou grau leve. Agora tudo é TEA!

A pessoa com esse grau de autismo pode ter alguns sintomas perceptíveis, como disfunção sensorial e ansiedade, mas como apresentam sinais leves muitas vezes o autismo desses indivíduos pode passar despercebido pelas outras pessoas. É provável que  muitos autistas altamente funcionais não recebam um diagnóstico correto e muitas vezes são consideradas pessoas estranhas ou excêntricas.

Algumas características desse quadro são: sintomas mais leves, quociente de inteligência (QI) na média ou mais elevado, além de mais habilidades visuais e espaciais. Além disso, podem apresentar raciocínio verbal inferior à média, problemas de aprendizagem social e comportamentos repetitivos.

Geralmente, essas pessoas desejam estar envolvidas no convívio social, mas sentem dificuldades. Muitos não conseguem entender as emoções dos outros. Encontram dificuldade em entender as expressões faciais ou a linguagem corporal. E alguns optam pelo isolamento. Também sentem dificuldades para se ajustar a novas experiências ou rotinas.  Alguns se saem muito bem na escola, enquanto outros ficam sobrecarregados e não conseguem se concentrar nas atividades. Também é bastante comum que as crianças fiquem propensos a birras ou crises quando está excessivamente cansada ou estimulada.

É importante destacar que independentemente do diagnóstico é fundamental buscar terapias, apoio e abordagens educacionais. Essa é a melhor forma das pessoas com TEA desenvolverem suas habilidades e melhorar a interação social Assim, serão adultos mais seguros, confiantes e com menores índices de comorbidades como distúrbios psiquiátricos.

Veja algumas características desse grupo de pessoas:

Sensibilidade emocional

Pessoas com esse grau de autismo podem realizar suas atividades do dia a dia, mas sentem dificuldades para controlar suas emoções.  Podem sentir bastante irritabilidade e dificuldade de concentração.

Fixação em alguns assuntos

Podem se tornar “obsessivos” com algumas atividades. Por exemplo: discutir sobre o mesmo assunto; escutar a mesma música várias vezes; ler o mesmo livro diversas vezes e alinhar objetos ou brinquedos. Possuem comportamentos repetitivos ou persistentes.

Vocabulário

Costumam se esforçar para aprender a falar e conversar com outras pessoas. As crianças podem começar a falar muito antes do normal e ter um vocabulário impressionante.

Dificuldades de socialização

Podem ter problemas em interagir com as pessoas. Por isso, tendem a ter um círculo social limitado, dificuldades em dividir brinquedos ou trabalhar em grupo.  Podem ser considerados tímidos ou muito quietos. Muitas vezes evitam o contato físico e visual.

Dificuldades sensoriais

Muitas pessoas com autismo podem apresentar problemas sensoriais (Hipo ou Hipersensibilidade). Os autistas podem achar barulhos, gostos, cheiros, roupas e o toque insuportáveis e isso pode causar um sofrimento emocional. Por isso é muito importante procurar ajuda especializada para trabalhar essas questões sensoriais e todas as outras dificuldades que a pessoa possa apresentar.

Referências:

https://www.webmd.com/brain/autism/high-functioning-autism

https://www.healthline.com/health/high-functioning-autism

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Dra. Fabiele Russo

Neurocientista, especialista em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Pesquisadora na área do TEA há mais de 10 anos. Mestre e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) com Doutorado “sanduíche” no exterior pelo Departamento de Pediatria da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD). Realizou 4 Pós-doutorados pela USP. É cofundadora da NeuroConecta e também, coautora do livro: Autismo ao longo da vida.